23.12.08

Retrospectiva introspectiva

Por isso sempre em cada abraço eu tropeço, depois me esqueço. Peço outro verso, outro abraço, outro céu. E me esqueço de novo. Mereço.

Por isso, e não mais que isso, sempre invento um vento que vem do leste, franzino, só pele e osso. Pelo avesso, que é para outro tropeço acontecer. E me esqueço de novo. Mereço.

Por isso sou um seresteiro solitário a enganar os nervos alheios. Servo do verso, raposa de prosa, um sopro que jamais aconteceu. Acontece. E me esqueço de novo. Mereço.

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