24.7.10

Porque hoje é sábado

manchete

CHUTES DE POETA
NÃO LEVAM PERIGO À META

23.7.10

Seção da sessão



Cinco coroas alviverdes.

22.7.10

Instante da estante

PAPPALARDO, Arnaldo. Tensão calma. São Paulo: Cosac Naify, 2009.

21.7.10

Um quadro às quartas

Pássaro, 1944
Obra de Candido Torquato Portinari (1903-1962)

20.7.10

No radinho de pilha



"É João, é José"

Link legal

Coleção Sino Azul.

19.7.10

Para começar a semana

“Se a memória visual e sonora do século 20 se apaga durante um blecaute, ou de outra maneira qualquer, sempre nos restará o livro.”

Umberto Eco (1932- )

18.7.10

Domingo, foto

Favela Tiquatira, 2010
Clique de Hélvio Romero (1958- )

17.7.10

Porque hoje é sábado

Infância

Meu pai montava a cavalo, ia para o campo.
Minha mãe ficava sentada cosendo.
Meu irmão pequeno dormia
Eu sozinho, menino entre mangueiras
lia história de Robinson Crusoé,
comprida história que não acaba mais.

No meio-dia branco de luz uma voz que aprendeu
a ninar nos longes da senzala - e nunca se esqueceu
chamava para o café.
café preto que nem a preta velha
café gostoso
café bom

Minha mãe ficava sentada cosendo
olhando para mim:
- Psiu... não corde o menino.
Para o berço onde pousou um mosquito
E dava um suspiro... que fundo !

Lá longe meu pai campeava
no mato sem fim da fazenda.

E eu não sabia que minha história
era mais bonita que a de Robinson Crusoé.

(Carlos Drummond de Andrade)

16.7.10

Seção da sessão



Arrivederci, Palestra Itália!

15.7.10

Instante da estante

ANDRADE, Carlos Drummond de. A rosa do povo. In: Nova reunião: 23 livros de poesia. Vol. 1. Rio de Janeiro: BestBolso, 2009.

14.7.10

Um quadro às quartas

Sem título, 2006
Obra de José Damasceno (1968-)

13.7.10

Lágrimas guardadas


No radinho de pilha



"Tatrrrepôtetretrepiecôã-é-é-ô-hã-hén-Hén
Ôi trégueregué-dôi detêro deguedô
A tataro teguereguedaw
Teguereguedêro dêdow Ô-Éhr-Ôhr-Êhr-Êhr-Áhr-Ó"

12.7.10

Para começar a semana

"A literatura é uma invenção coletiva."

Joca Reiners Terron (1968- )

11.7.10

Domingo, foto

Bark at the, 2010
Clique de Diego Maia (1984- )

10.7.10

Porque hoje é sábado

Ritual dos 4 ventos & dos 4 gaviões

para Marco Antônio de Ossain

"Eu trago comigo os guardiões dos Circuitos celestes."
— Livro dos Mortos do Antigo Egito —

Ali onde o gavião do Norte resplandesce
sua sombra
Ali onde a aventura conserva os cascos
do vodu da aurora
Ali onde o arco-íris da linguagem está
carregado de vinho subterrâneo
Ali onde os orixás dançam na velocidade
dos puros vegetais
Revoada das pedras do rio
Olhos no circuito da Ursa Maior
na investida louca
Olhos de metabolismo floral
Almofadas de floresta
Focinho silencioso da sussuarana com
passos de sabotagem
Carne rica de Exú nas couraças da noite
Gavião-preto do oeste na tempestade sagrada
Incendiando seu crânio no frenesi das açucenas
Bate o tambor
no ritmo dos sonhos espantosos
no ritmo dos naufrágios
no ritmo dos adolescentes
à porta dos hospícios
no ritmo do rebanho de atabaques
Bate o tambor
no ritmo das oferendas sepulcrais
no ritmo da levitação alquímica
no ritmo da paranóia de Júpiter
Caciques orgiásticos do tambor
Com meu Skate-gavião
Tambor na virada do século ganimedes
Iemanjá com seus cabelos de espuma.

(Roberto Piva)

9.7.10

Seção da sessão

Gravidade.

8.7.10

Instante da estante

ANDRADE, Carlos Drummond de. José. In: Nova reunião: 23 livros de poesia. Vol. 1. Rio de Janeiro: BestBolso, 2009.

7.7.10

Um quadro às quartas

Grupo frente, 1955
Obra de Hélio Oiticica (1937-1980)

6.7.10

No radinho de pilha

"Tudo vira bosta"

5.7.10

Para começar a semana

"É ainda possível chorar sobre as páginas de um livro, mas não se pode derramar lágrimas sobre um disco rígido."

José de Sousa Saramago (1922-2010)

4.7.10

Domingo, foto

A lua vista daqui da minha janela agora, 2010
Clique de Diego Maia (1984- )

3.7.10

Porque hoje é sábado

Paranoia

Eu vi uma linda cidade cujo nome esqueci
onde anjos surdos percorrem as madrugadas tingindo seus olhos com
lágrimas invulneráveis
onde crianças católicas oferecem limões para pequenos paquidermes
que saem escondidos das tocas
onde adolescentes maravilhosos fecham seus cérebros para os telhados
estéreis e incendeiam internatos
onde manifestos niilistas distribuindo pensamentos furiosos puxam
a descarga sobre o mundo
onde um anjo de fogo ilumina os cemitérios em festa e a noite caminha
no seu hálito
onde o sono de verão me tomou por louco e decapitei o Outono de sua
última janela
onde o nosso desprezo fez nascer uma lua inesperada no horizonte
branco
onde um espaço de mãos vermelhas ilumina aquela fotografia de peixe
escurecendo a página
onde borboletas de zinco devoram as góticas hemorróidas das
beatas
onde os mortos se fixam na noite e uivam por um punhado de fracas
penas
onde a cabeça é uma bola digerindo os aquários desordenados da
imaginação

(Roberto Piva)

2.7.10

Seção da sessão



Essa praga de consumismo.

Poeminha incompleto de ontem à tarde

A paisagem mastigava pores-do-sol
ainda que, desmancha-prazeres, o rio irritasse
com o reflexo de sua ponte irradiando sorriso.

Cada tempo com sua coragem. Ridículo.

1.7.10

Instante da estante

CUNHA, Euclides. Castro Alves e seu tempo. São Paulo: Lettera.doc, 2009.

Link legal

O museu nerd dos relógios (via @ricardolombardi)