31.10.05

Ronco

Aqui
qualquer poesia soaria ridícula
porque perto do deslumbrante
as palavras são cortinas.

21.10.05

Sem Internet

A rede de dormir não me permite atualizações.
Só expectativa e inspiração.
Aguardos guardados.

18.10.05

No sorriso

Um traço e outro desdém.
Praça de
sinceridade
comprada.

17.10.05

Da Parede

As barbas brancas me sorriem.
Estúpido fato, estupefato.
Necas.

15.10.05

Processo

Enorme, o progresso informa:
Não há mais progresso no que processo,
só há processo
processo
processo
e forma antes de função
forma pra funcionar
esta
estética.

No ar, o arco do arquiteto.
Num rasante, rastreia o alvo
que ainda nem existe.

A beleza está em tudo que é pra ser inventado.

12.10.05

Pra Sárgada

enquanto meu superego
procura e não arruma
emprego

meu id
ri
de mim.

10.10.05

Id Ni San Shi

Go
Ro
Shit
Rát
Kil
Dju.

Alligator!!!

9.10.05

Earthquake

Há a comemoração pelo desgosto, o sonho não cumprido, o CEP esquecido, a história interrompida.

Reinaldo era desses que confundem sabores. Embebedava-se de café, sem saber que a viagem estava agendada para o dia seguinte. Rumo: Bauru.

As tragédias não merecem ser esquecidas.

7.10.05

Ao Poema

Persigo o poema
como quem foge da dor:
cada soluço é um arrepio
cada arroubo é um desespero
cada pedido é um deus perdido.

E de minhas barbas
escorre, lenta,
uma tinta tão bonita...
que às vezes penso ser o poema
útil.

5.10.05

No meu sonho
todas as pessoas são tristes.

A diferença
é que umas constroem pontes

Outras
se atiram lá de cima.

poema preguiçoso

A rede sempre sorri pra mim o esboço de um convite
Sente-se.
Deite.
Durma.