31.1.10

Domingo, foto

Ponte Estaiada, 2010
Clique de Hélvio Romero (1958- )

30.1.10

Porque hoje é sábado

A sociedade brasileira

O rico e o pobre são duas pessoas.
O soldado protege os dois.
O operário trabalha pelos três.
O cidadão paga pelos quatro.
O vagabundo come pelos cinco.
O advogado rouba os seis.
O juiz condena os sete.
O médico mata os oito.
O coveiro enterra os nove.
O diabo leva os dez.
E a mulher engana os onze.

(Nelson Rodrigues)

29.1.10

Seção da sessão



A teoria da diversão.

28.1.10

Instante da estante

DAPIEVE, Arthur (org.). Antologia Casseta Popular. Rio de Janeiro: Desiderata, 2008.

27.1.10

Um quadro às quartas

Justine Dieuhl, 1891
Obra de Henri Marie Raymond de Toulouse-Lautrec Monfa (1864-1901)

26.1.10

À guisa do desabafo

Acho tão inúteis essas chuvas que desabam sobre a cidade grande. Não têm muitas hortas para molhar, nem sequer muitas vidas para adiantar. Só servem para complicar a labuta jornalística. Como se imprimir mais papel fosse resolver -- e não piorar ainda mais -- o problema. Como se o povo estivesse interessado em ler tanta tragédia -- se já não bastasse vivê-las.

No radinho de pilha



"Não é fácil
Não pensar em você"

25.1.10

Para começar a semana

"Na literatura a gente voa mais, não está preso a uma forma musical, está solto no papel."

Paulo César Francisco Pinheiro (1949- )

24.1.10

Domingo, foto

Galeria Pagé, 2009
Clique de Hélvio Romero (1958- )

23.1.10

Porque hoje é sábado

A hora do cansaço

As coisas que amamos,
as pessoas que amamos
são eternas até certo ponto.
Duram o infinito variável
no limite de nosso poder
de respirar a eternidade.

Pensá-las é pensar que não acabam nunca,
dar-lhes moldura de granito.
De outra matéria se tornam, absoluta,
numa outra (maior) realidade.

Começam a esmaecer quando nos cansamos,
e todos nos cansamos, por um outro itinerário,
de aspirar a resina do eterno.
Já não pretendemos que sejam imperecíveis.
Restituímos cada ser e coisa à condição precária,
rebaixamos o amor ao estado de utilidade.

Do sonho de eterno fica esse gosto ocre
na boca ou na mente, sei lá, talvez no ar.

(Carlos Drummond de Andrade)

22.1.10

Seção da sessão



É. O meu décimo-oitavo andar não é nada, não é nada.

Insônia

Porque há palavras que ferem.

21.1.10

Instante da estante

AZEVEDO, Álvares. Noite na taverna. São Paulo: Publifolha, 1997.

20.1.10

Um quadro às quartas

Torino printanière, 1914
Obra de Giorgio de Chirico (1888-1978)

Link legal

Utilidade pública: você já cadastrou seu número de telefone para parar de receber chamadas de telemarketeiros malas?

19.1.10

No radinho de pilha



"Tô com sintomas de saudade"

3. Reformulação - O "InVerso" - "InVerso" virada do avesso

O caranguejo que completa nosso simpático logo também remete à inversão, desconveniência: enquanto muitos se contentam em seguir adiante e o resto em andar de ré a contragosto, o caranguejo docontra vai de lado. Com toda a convicção de suas oito patinhas.

Link legal

Grande banco de dados de propagandas antigas.

18.1.10

pã ra ra
pã ra ra ra ra
pã ra ra ra ra ra ra ra ra ra...
pã ra ra
pã ra ra ra ra
pã ra ra ra ra ra ra ra ra ra...

3. Reformulação - O "InVerso" - "InVerso" virada do avesso

Batizada a cria, discutidos seus traços, restava moldá-la, dar-lhe feições. O logotipo foi construído com duas fontes: Bergell Let e Bernhard Fashion BT. A primeira é uma fonte manuscrita, transmite fluência, espontaneidade, a idéia de um rascunho publicado por acaso – como se você estivesse bisbilhotando o caderno de versos de alguém. Bernhard Fashion BT, utilizada apenas para a letra “v”, contrasta com a primeira fonte: é sóbria, econômica, objetiva. Para acentuar ainda mais o contraste, InVerso aparece espelhado, como se a palavra se refletisse de ponta-cabeça. As cores escolhidas para o logotipo são complementares – quer coisa mais síntese do inverso que preto-e-branco, preto-no-branco, branco-no-preto? O retângulo negro que permeia os “vês” (tu vês?) de InVerso no logotipo surgiu para conferir equilíbrio, estabilidade: um inverso seguro, ancorado no real.

Para começar a semana

"Literatura não é vocação, é danação. O sujeito está danado. Ele tem que fazer aquilo. Está condenado."

Roberto Gomes (1944- )

Link legal

Gosta de Tetris? Que tal a versão em primeira pessoa?

17.1.10

Domingo, foto

São Luís do Paraitinga, 2009
Clique de Hélvio Romero (1958- )

3. Reformulação - O "InVerso" - De cabo a rabo

Suporte. Bem, suporte já viu, né? Mandamos às favas qualquer pré-ocupação com factibilidade e grafiquismo. Cansamos de herdar jeans surrados e apertar o cós, descer a bainha. InVerso é uma proposta sinestésica. A-final (sem começo nem fim sem pé nem cabeça), o tato, o paladar, o olfato também apreendem e informam. Assim, a revista propõe que suas páginas apresentem texturas, formatos, cores, cheiros que possuam relação com o texto verbal, ou sejam o texto em si – proposta que não foi inteiramente aplicada ao produto-amostra à mostra devido a limitações técnicas (não conseguimos papel com cheiro nem gosto nem tinta que brilhe no escuro; se tivéssemos, teríamos tido – a idéia compreendia isso!), porém é essencial para a compreensão do projeto.

16.1.10

Porque hoje é sábado

Os mortos

os mortos vêem o mundo
pelos olhos dos vivos

eventualmente ouvem,
com nossos ouvidos,
certas sinfonias
algum bater de portas,
ventanias

Ausentes
de corpo e alma
misturam o seu ao nosso riso
se de fato
quando vivos
acharam a mesma graça

(Ferreira Gullar)

3. Reformulação - O "InVerso" - De cabo a rabo

InVerso é primeiridade. O sentir, primeiro. Daí sua linguagem, seu suporte, seus temas, suas imagens terem por objetivo tirar fora a venda dos olhares acostumados a pensar que jornal não é lugar pra dor da gente.

15.1.10

Seção da sessão



Uma vida inteira fotografada. Bom comercial.

3. Reformulação - O "InVerso" - De cabo a rabo

InVerso apresenta seus textos em prosa poética ou verso, linguagem-nascedouro de seu nome, em simbiose com o significado literal da palavra inverso. Linguagem em verso, verso-versado, verso-proseio, inversa e avessa à aridez jornalística que metamorfoseia pessoas em erre-gês, leitura em obrigação para quem tem esforço tempo paciência. Muuuita paciência.

14.1.10

Instante da estante

TAVARES, Gonçalo M. Biblioteca. Rio de Janeiro: Casa da Palavra, 2009.

3. Reformulação - O "InVerso" - De cabo a rabo

Assim, nas páginas avessas a ordens pré-estabelecidas (pré-históricas?) da InVerso, os fatos classificados como de “destaque” e merecedores de estampa em tudo quanto é mídia desfilam ao lado de “pequenidades” ignoradas pelas redações tubarônicas.

13.1.10

Uma biblioteca

Biblioteca Virtual Miguel de Cervantes.

3. Reformulação - O "InVerso" - De cabo a rabo

InVerso é uma revista mensal cuja proposta é debruçar-se sobre a matéria-prima cotidiano, tantas vezes vista como comum que seus aspectos insólitos, belos ou simplesmente humanos acabam mascarados sob o lodo da desimportância. Manchetar a própria ausência de notícias quando, aparentemente, não houver notícias: não há notícias por quê? Quem amordaça, cala ou esconde e sob quais justificativas?

Um quadro às quartas

La tour rouge, 1913
Obra de Giorgio de Chirico (1888-1978)

12.1.10

Uma biblioteca

Biblioteca do Colégio Bandeirantes. São Paulo, Brasil.

Imagem nada

Àquela sensação de nada
Cada abracadabra
Parece um conto-de-fadas.
algumas almas
ao menor mas
perdem a calma.

No radinho de pilha



"Queijo sem goiabada"

11.1.10

Para começar a semana

“Nem tudo é claro na vida ou nos livros.”

Joaquim Maria Machado de Assis (1839-1908)

10.1.10

Domingo, foto

Tribo Kamayurás, Xingu, 2009
Clique de Hélvio Romero (1958- )

9.1.10

Porque hoje é sábado

Cântico de introdução

Dize:
O vento do meu espírito
soprou sobre a vida.
E tudo que era efêmero se desfez.
E ficaste só tu, que és eterna ...

(Cecília Meireles)

8.1.10

Seção da sessão



Orgulho monstro de trabalhar em um jornal com história:
Estadão, que acaba de completar 135 anos.

7.1.10

Instante da estante

ALLEN, Woody. Sem plumas. Porto Alegre: L&PM, 1979.

6.1.10

São ímpares

  • Os dias do ano;
  • Os dedos da mão;
  • Os livros na estante;
  • Os buracos da cabeça;
  • Os espirros.

Um quadro às quartas

Il ritornante, 1918
Obra de Giorgio de Chirico (1888-1978)

5.1.10

No radinho de pilha



"Como é que se escreve
Réveillon?"

4.1.10

Para começar a semana

“O livro é uma extensão da memória e da imaginação.”

Jorge Francisco Isidoro Luis Borges Acevedo (1899-1986)

3.1.10

Domingo, foto

Descansando na escultura, 2009
Clique de Hélvio Romero (1958- )

2.1.10

Porque hoje é sábado

Sem você

nenhuma metáfora
traduz a falta
nenhuma imagem
exata

faca encravada
nesse silêncio
dia sem dia
piada sem graça
acordar sem você
me mata

(Frederico Barbosa)

1.1.10

Seção da sessão



Um 2010 de muitos sonhos para todos nós.