30.12.08

O homem que se confundiu com o sonho e, matando-o, matou-se

Era elástico o sonho, como um estilingue novo. E puxava forte, o desgraçado. Doido para matar um passarinho de alma ou um morcego a galope. Conseguisse, seria o sonho mais feliz do mundo. Conseguisse, seria o maior assassino que já existiu. Conseguisse, apenas. Conseguisse.

Quando acordou, revisitou as lembranças e descobriu-o pesadelo. Matou-se com dois tiros na testa. Uma sujeira pelo chão. A mancha vermelha jamais saiu completamente do carpete da sala.

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