31.7.09

Link legal

Greenpeace WeAtheR: um jogo para os ecochatos de plantão.

Seção da sessão



Game over.

30.7.09

Instante da estante

BARROS, Neimar de. Deus negro. São Paulo: Shalom Livraria, 1973.

29.7.09

Um quadro às quartas

We, 2009
Obra de Ashkahn Shahparnia (1984- )

28.7.09

No radinho de pilha



"Me time"

27.7.09

Para começar a semana

"Uma pitada de poesia é suficiente para perfumar um século inteiro."

José Julián Martí Pérez (1853-1895)

Link legal

Porque freguês bom é freguês fiel.

26.7.09

Domingo, foto

Beijos roubados no cemitério de cartazes, 2009
Clique de Tiago Queiroz (1976- )

25.7.09

Link legal

David Harvey lê "O Capital", de Karl Marx.

Porque hoje é sábado

Confissão

Que esta minha paz e este meu amado silêncio
Não iludam a ninguém
Não é a paz de uma cidade bombardeada e deserta
Nem tampouco a paz compulsória dos cemitérios
Acho-me relativamente feliz
Porque nada de exterior me acontece...
Mas,
Em mim, na minha alma,
Pressinto que vou ter um terremoto!

(Mario Quintana)

24.7.09

Seção da sessão



O nascer da Terra.

23.7.09

Instante da estante

BARRETO, Lima. Triste fim de Policarpo Quaresma. São Paulo: Klick, 1999.

22.7.09

Um quadro às quartas

Now that you are listening..., 2009
Obra de Ashkahn Shahparnia (1984- )

21.7.09

No radinho de pilha



"Tá difícil ser eu
Sem reclamar de tudo"

20.7.09

Link legal

Porque hoje é o "aniversário" da Lua.

Para começar a semana

"O meu processo de escrita é caótico, mas parte sempre das personagens. Eu crio personagens que me devem fascinar e nesse encantamento me ditam em que narrativa eles podem acontecer para não desvanecerem."

Mia Couto (1955- )

19.7.09

Domingo, foto

Dia frio fora de hora, 2009
Clique de Tiago Queiroz (1976- )

18.7.09

Porque hoje é sábado

O menino robô

Senhor e senhora Silva levavam uma vida sossegada.
Vida de gente normal, feliz e bem casada.
Um dia tiveram uma notícia
Que encheu o marido de contentamento:
A mulher esperava um filho,
E ele ia ser pai do rebento!
Mas algo deu errado naquele mar de felicidade.
A criança era... um robô!
Não parecia gente de verdade.
Um bebê nem quente nem fofo, que estranho!
A pele: uma fria e fina chapa de estanho.
E ele ficava largado, sempre com olhos parados,
Nem morto nem animado.

Quando até a tomada um longo fio elétrico se estendia,
Este era o único momento do dia
Em que ele ficava cheio de energia.

O senhor Silva não conteve os berros:
"O doutor não cometeu um grave erro?
Nem sangue nem carne tem o menino,
Mas é uma simples liga de alumínio!"

O doutor, gentil, lhe respondeu:
"O que vou lhe dizer
Pode parecer extravagante
Mas o senhor não é o pai
Desse garoto mutante.
Veja bem, a questão não é simples
E requer investigação profunda,
Mas achamos que o pai dele
É o forno de micro-ondas."

Agora a vida dos Silva
Tornou-se um fardo pesado.
A senhora odiava o marido,
E ele já não se via mais casado.
Não perdoou a esposa por aquela ligação mesquinha:
A união carnal
Com um aparelho de cozinha.

Apesar de tudo, o menino cresceu
E se tornou um robô jovem.

Mas muitas vezes ainda o confundem
Com a lata de lixo da garagem.

(Tim Burton)

Link legal

Para quem curte astronomia. Todos os planetários do Brasil.

17.7.09

Seção da sessão

Tudo o que vem de Dubai me enoja. Artificialismo besta. Consumismo exagerado.

16.7.09

Mensagem

Das singelas dúvidas que nos atormentam na hora do almoço: cardápio roots ou requintado? Voto na opção que consumir menos a minha fortuna, esculpida após anos de labuta diária na imprensa brasileira.

Topam em quantos minutos? Podemos aproveitar o intervalo para apurar mais? Renegaremos nossos princípios éticos, estéticos e religiosos? Destruiremos todas as interrogações nervosas e suas lacunas espaço-temporais? Encontraremos Deus? Sorriremos?

Sem mais para o momento, aguardo pela manifestação dos senhores.

Grato.

Instante da estante

BARRETO, Lima. Crônicas escolhidas. São Paulo: Ática, 1995.

15.7.09

Link legal

Os mais belos locais do mundo ao alcance de seu mouse.
a simplicidade é mais impressionante do que a própria constatação.

Um quadro às quartas

Not interested, 2009
Obra de Ashkahn Shahparnia (1984- )

14.7.09

O tempo de um momento

eu sou um repositório de velhas dúvidas. a maior delas, mais pungente, mais inusitada, é: quanto tempo dura um momento? eu tento, tento e jamais encontro explicação para esse questionamento: quanto tempo dura um momento? quanto tempo dura um momento? o tempo de um nascimento ou o tempo de outro acontecimento? quanto tempo dura um momento? o tempo de um alento ou o tempo de um forte vento?

Vidas, sinais e travessias

Amanhã seu blog completa dois meses de silêncio absoluto. Um tédio, pois não.
Não sei quanto a você, mas eu odeio cobranças criativas. Não sei direito como funciono, então tendo a me irritar com pitacos alheios sobre o processo -- que, muitas vezes, é nula. Portanto, desculpe-me por isto.

No radinho de pilha



"Quero brincar no teu corpo feito bailarina"

2. Jornalismo e Diagramação - A revista atual. Forma, conteúdo e linguagem

Plano de fundo. Sem fundo? Profundo? Capa capada salientada pela cor – sólida, que não caracteriza a revista, é tão mutável quanto suas manchetes, a imagem ou até mesmo parte dela. Imagem que se faz ilustrativa, espaçosa (anseia pela página inteira), submissa (tem todos os outros elementos dispostos em cima dela), muitas formam um cenário completo. Moldura? Padrão! Freqüente em capas como um timbre real. Real?

13.7.09

Twitter

Já faz um tempinho. Mas, a quem não sabe, fica a informação irrelevante: estou no Twitter. Sigam-me os bons, os maus e os neutros.

Para começar a semana

"O poema não é feito dessas letras que eu espeto como pregos, mas do branco que fica no papel."

Paul Louis Charles Claudel (1868-1955)

2. Jornalismo e Diagramação - A revista atual. Forma, conteúdo e linguagem

Dois são os olhos. Dois são os pontos. Os pontos do olhar. A entrada do olhar. Manchete e imagem. Imagem e manchete. Ambas agradecem pela atenção dispensada, estão apenas cumprindo sua função. Arrastando olhares em direção a uma infinita gama de signos que vomitam informações das mais diversas em uma capa que não encapa, rotula.

cansada da falta de poesia?

ela está perto, aberta, pronta
para ser lida, vida,
vivida

basta uma coleção de instantes
ou dois olhares
alhures

e a poesia brota, ah,
brotará.

12.7.09

Domingo, foto

Club Homs, 2009
Clique de Tiago Queiroz (1976- )

2. Jornalismo e Diagramação - A revista atual. Forma, conteúdo e linguagem

Revistas inatuais. Capas atuais. Contradições. Capas atualizadas periodicamente são sempre as mesmas. Seguidoras de uma estrutura padronizada. Quatro elementos. Terra, fogo, água e ar? Não! A entrada do olhar, plano de fundo, manchetes, a revista e seu nome. Raras inovações, constantes obediências. Obediências a um 20X26 que se repete, repete, repete... A forma deforma pensamentos a se acostumarem com a mesmice, as rejeições para com o novo são inúmeras: o novo é inviável. Os padrões se tornam crescentes, as mentes, dormentes.

11.7.09

2. Jornalismo e Diagramação - A revista atual. Forma, conteúdo e linguagem

Revista Inatual

A forma (deforma)

Porque hoje é sábado

A criação da xoxota

Sete homens de fino saber,
Criaram a xoxota, como se pode ver:
Chegando na frente, veio um açougueiro,
Com faca afiada, deu talho certeiro.
Um bom marceneiro, com dedicação,
Fez furo no centro com malho e formão!
Em terceiro, o alfaiate, capaz e moderno,
Forrou com veludo o lado interno.
Um bom caçador, chegando na hora,
Forrou com raposa a parte de fora.
Em quinto chegou, sagaz pescador,
Esfregando um peixe, deu- lhe odor!
Em sexto, o bom padre da igreja daqui,
Benzeu- a dizendo: "É só prá xixí."
Por fim o marujo, zarolho e perneta,
Chupou-a, fodeu-a, e chamou-a...
Buceta!

(Mario Quintana)

10.7.09

Mais-valia

Então, cara, também já tinha pensado nisso, sobre essa coisa de talvez ter ficado "mais marxista" com a paulistanice. Acredito que essa sensação é forte justamente porque aqui, na metrópole-monstra-que-nos-devora-e-rouba-toda-a-mais-valia os contrastes são mais acentuados, o suor é mais íngreme, a dor é mais latente.
Em suma: o marxismo é o mesmo. O concreto (e haja concreto!) é que é infinitamente maior.

Meu livro é uma vida aberta #13

1. Teorias de Base - Poesia, um caso de primeiridade

Neste modelo, a poesia-sensação plena, o amor, o sentimento, faz funcionar os campos límbico e neocórtex. Emoção + razão. Fusão de áreas cerebrais explicando a sensação estranha mas deliciosa que só os grandes leitores de poesia conhecem. Ou conhecemos.

SEIS DE JULHO

Quando risco um item da agenda sinto o prazer do dever cumprido -- ainda que seja mentira.
Pareço uma criança doente que ganha um brinquedo novo. Com se X compensasse Y.

CINCO DE JULHO

Beatles são infinitos.

QUATRO DE JULHO

Tem dias que a vida toda mais parece um filme em inglês sem legendas. Muitos entendem, é claro, mas as informações não são absorvidas com muita naturalidade pelo cérebro, talhado em português. Daí bate o desepsero, a desilusão, o desencontro, o desassossego.

Seção da sessão



A fonte da ponte. Seul.

9.7.09

Instante da estante

MACEDO, Joaquim Manuel de. A moreninha. São Paulo: Moderna, 1994.

Meu livro é uma vida aberta #12

TRÊS DE JULHO

Quando vir a conhecer o colecionador de todos os medos, irei me atrever a vislumbrar os sonhos menos publicáveis. Outra entrevista, o alimento.

DOIS DE JULHO

O que mudou?
Nada.

PRIMEIRO DE JULHO

Declaro inaugurado, neste momento, mais meio ano de acontecimentos desimportantes.

TRINTA DE JUNHO

Meio ano por debaixo da porta absurda da velhice implacável. Meio ano de metas não cumpridas. Meio ano de negativas.

VINTE E NOVE DE JUNHO

Que saudades do ontem indelével em meus lábios tão seus. O olhar que abraçava, a surdez devoradora, o soluço inédito.
Agora é a vez do tédio pedir seu espaço inútil e se consolar no inenarrável.

VINTE E OITO DE JUNHO

Os vadios me acolhem de braços abertos. As vadias, de pernas abertas. Meu coração -- tudo o que me resta -- dói fechado.
Quem vai querer me acertar essa punhalada justo no momento em que pensava ser capaz de me reerguer? Qual a profundidade das interrogações que me sufocam tanto e tanto? Queria não poder, jamais poder. Só perder.

1. Teorias de Base - Poesia, um caso de primeiridade

A biologia, que não vive de poesia, tem uma explicação para a sensação que parece interessar. Thomas Lewis, Fari Amini e Richard Lannon dividem o cérebro humano em três partes:

8.7.09

Link legal

Download de música clássica. Legal, legalizado e grátis!

Meu livro é uma vida aberta #11

Um quadro às quartas

Gizzards gone, 2009
Obra de Ashkahn Shahparnia (1984- )

1. Teorias de Base - Poesia, um caso de primeiridade

O homem não é somente um animal político, como afirmam tantos estudiosos. O homem é, principalmente, um animal rítmico. Será que as duas musas vão novamente se unir? Elas que nasceram no mesmo berço, Música e Poesia, e que ainda conservam inquebrantáveis os laços primitivos... Será que o futuro lhes reserva nova união? Já não é o que ocorre com a música popular, por exemplo?

7.7.09

No radinho de pilha



"Would you mind if I told you
I loved you tonight
Cuz it seems when you close to me
It's gonna be alright"

Meu livro é uma vida aberta #10

1. Teorias de Base - Poesia, um caso de primeiridade

Schiller afirmava que seu processo de composição era essencialmente som que puxa som. Dizia que sua alma era impregnada por uma disposição musical e depois brotava a idéia poética.

6.7.09

Link legal

Aprenda tudo que é idioma, de graça, pela internet.

Para começar a semana

"A literatura dá a alguns pessimistas um sentimento de beleza que a gente chega a duvidar do pessimismo."

1. Teorias de Base - Poesia, um caso de primeiridade

5.7.09

Domingo, foto

Chuva e carnaval, 2009
Clique de Tiago Queiroz (1976- )

1. Teorias de Base - Poesia, um caso de primeiridade

Olhando melhor para o espelho, aliás, para o esquema acima mencionado, emoção é musicalidade. Todos os expedientes visam tão-somente a valorizar o som, assim, música, melodia, melopéia, primeiridade, sensação. Lembra Jules Combarieu: poesia é irmã menor da música, que nasce antes da poesia e lhe é superior.

4.7.09

1. Teorias de Base - Poesia, um caso de primeiridade

A poesia lança-mão de alguns finos fenômenos formais. Existem desde seu nascimento e persistem até tempos hodiernos. Recursos e expedientes da laboração poética: repetição – refrão – paralelismo – aliteração – rima (assonância) – anacruse.

Porque hoje é sábado

Com licença poética

Quando nasci um anjo esbelto,
desses que tocam trombeta, anunciou:
vai carregar bandeira.
Cargo muito pesado pra mulher,
esta espécie ainda envergonhada.
Aceito os subterfúgios que me cabem,
sem precisar mentir.
Não sou feia que não possa casar,
acho o Rio de Janeiro uma beleza e
ora sim, ora não, creio em parto sem dor.
Mas o que sinto escrevo. Cumpro a sina.
Inauguro linhagens, fundo reinos
— dor não é amargura.
Minha tristeza não tem pedigree,
já a minha vontade de alegria,
sua raiz vai ao meu mil avô.
Vai ser coxo na vida é maldição pra homem.
Mulher é desdobrável. Eu sou.

(Adélia Prado)

Link legal

Cartões de visita para todos os gostos.

3.7.09

Meu livro é uma vida aberta #9

Seção da sessão

Fonte. Las Vegas.

VINTE E SETE DE JUNHO

Solidão. Casa vazia, porta entreaberta, TV desligada, bateria do laptop no fim, celular sem crédito, luz cortada.
- Tem alguém aqui? -- grito, ensimesmado.
Nem o eco me responde. Fim.

VINTE E SEIS DE JUNHO

O armistício é a arma dos fracos.

VINTE E CINCO DE JUNHO

De volta à semiótica e à lista de missões a cumprir:
* Caçar gnomos coloridos;
* Embebedar-me o bastante;
* Equilibrar-me no varal;
* Dormir durante o dia.

VINTE E QUATRO DE JUNHO

As plantas estão morrendo. Não encontro remédio. Sou um deus impotente porque nem sequer sei amar.

VINTE E TRÊS DE JUNHO

As rimas não têm nenhuma serventia. Como a vida, e seu dia a dia.

VINTE E DOIS DE JUNHO

Procuro os restos.

VINTE E UM DE JUNHO

O dia está ridiculamente triste. Como uma colcha de retalhos. Como um encontro que se esqueceu de acontecer. Como uma linha cruzada. Como um relógio quebrado.
Inconsulto, pereço os dias que se me atropelam devagar. Estou atrasado para a vida, meu celular não funciona, meu computador está off-line.

2.7.09

VINTE DE JUNHO

Os números confundem. Treze. Vinte. Oitenta e quatro mil, trezentos e cinquenta e dois. Zero. Setescentos e oitenta e nove milhões, novecentos e doze mil, seiscentos e setenta e cinco. Os números confundem.

Meu livro é uma vida aberta #8

DEZENOVE DE JUNHO

Uma orelha quente, pelando. A outra, fresquinha. Como a vida de dois irmãos ímpares, Caim e Abel.

DEZOITO DE JUNHO

Não me venha com nada que não se pareça com copos e corpos. Eu me esqueço, eu me esqueço.

Instante da estante

GARCÍA MÁRQUEZ, Gabriel. Memórias de minhas putas tristes. Rio de Janeiro: Record, 2005.

1.7.09

Um quadro às quartas

Don't mind me, 2009
Obra de Ashkahn Shahparnia (1984- )

17. Trêmulo, atrevido, intrépido, atrasado

Três coisas o atordoavam no metrô: a porta se abrindo, o trem correndo, o túnel. Atirava seu espírito contra o vidro da janelinha. Cuspia no banco. Quase vomitava.

- Trinta e dois, trinta e três, trinta e...

Contava carneiros pretos para disfarçar o pânico. Tremia. Pernas e braços. Cabeça.

Aproveitava a pausa de cada estação para gozar um instante ótimo do trajeto. E atrevia-se a trocar olhares maliciosos com cada uma das gostosas que avistava. As que correspondiam, pronto, logo estavam na sua lista. Telefônica. Cópula. Masturbatória. Outra cópula. Tesão.

Outra vez o metrô corria. Velocidade. Aumentando.

- Atchim! Atchim! Atchim!

Com uma garota presa em seu pau, ele sempre se atrasava para outro dia de trabalho.