31.8.08

Domingo, foto

O verde da praça e o concreto do centro, 2008
Clique de Bruno Pessa (1982- )

30.8.08

histórias e memórias

quando eu for tempo, deixarei de existir no espaço. porque assim me configuro, em desencontros e enquantos, para o seu espanto e de todos os que o valham-me. cada aprendizado é um tiro.

29.8.08

Filminho de sexta



Arte conceitual (em abordagem meio sonolenta, diga-se).

28.8.08

assimesmado

minipedras e suas grandesperdas amarelas
céu
assim.

quem coleciona alimentos estragados
detantojogarfora.

quem estranha astrônomos histriônicos
detantodesgravitar.

quem assina oceanos que espelham-céu
assim?

Instante da estante

BARROS, Geraldo de. Sobras + Fotoformas. São Paulo: Cosac Naify, 2007.

27.8.08

Um quadro às quartas

Girafa em chamas, 1937
Obra de Salvador Dalí (1904-1989)
faz tempo que sei querer desaprender as coisas com manoel de barros, inventá-las com guimarães rosa e esquecer tudo com clarice, lispector, na cama.

26.8.08

Terça sonora



"Did they get you to trade,
Your heroes for ghosts,
Hot ashes for trees,
Hot air for a cool breeze,
Cold comfort for change?"

25.8.08

Para começar a semana

"Literatura é uma arte, mas é também uma forma de conhecer a vida. É a possibilidade de aumentar os horizontes e de buscar respostas para as grandes questões do homem."

Luiz Antonio de Assis Brasil (1945- )

24.8.08

Domingo, foto

Olhe as nuvens, 2004
Clique de Henrique de Carvalho (1980- )

22.8.08

Filminho de sexta



Comerciais Shell by Os Mutantes.

21.8.08

Dor de cabeça

O estacionamento. A escola. O apartamento. A estante. O aquário. A cidade. A caixa. O hotel. O armário. A igreja. O show. O sonho. A contramão. O freezer. O banheiro. O restaurante. A cama. A conta. O corredor. O time. O curso. A chuva. As páginas.

A vida.

Instante da estante

BARBEIRO, Heródoto. Fora do ar. Rio de Janeiro: Ediouro, 2007.

20.8.08

A fazer #3

  • Ficções cotidianas;
  • Paixões pelo eu-lírico;
  • Atrações pelo desconhecido;
  • Coleções de vazios;
  • Beijos de expectativa.

Um quadro às quartas

Independência ou morte, (1886/1888)
Obra de Pedro Américo de Figueiredo e Melo (1843-1905)

19.8.08

Terça sonora


"Somos todos iguais
Braços dados ou não"

goles

servir
e sorver:
cerveja.

18.8.08

Si

O silêncio tirou férias. Viajou sei lá para onde. Prometeu mandar um postal ou ligar. Não acredito. O silêncio é um bruta mentiroso. Não acredito.

Para começar a semana

"Meu pai achava que minha vocação literária era um passaporte para o fracasso e que virilidade e literatura não podiam andar juntas."

Jorge Mario Vargas Llosa (1936- )

17.8.08

Domingo, foto

Sem título, 2004
Clique de Henrique de Carvalho (1980- )

16.8.08

Tudo lotado

O estacionamento. A escola. O apartamento. A estante. O aquário. A cidade. A caixa. O hotel. O armário. A igreja. O show. O sonho. A contramão. O freezer. O banheiro. O restaurante. A cama. A conta. O corredor. O time. O curso. A chuva. As páginas.

A vida.

15.8.08

Filminho de sexta



Todo dia.

14.8.08

Instante da estante

MORAES, Vinicius de. Livro de sonetos. São Paulo: Círculo do Livro, 1993.
Se tivesse um diário, hoje escreveria.

sobre carros, cores e etcéteras

da janela de casa conto carros
conto casos
conto causos
são pretos são prata
alguns raros brancos

entre um cigarro que apago
e outro que acendo
muitos carros passam
pretos prata brancos

da janela de casa o atraso
compensa o tédio
o marasmo agita o caos
lembro casos
lembro causos
brinco

minha casa é casulo
ao redor carros
carros e carros

os casos e causos
é escrever
pra não esquecer

da janela de casa
cada catorze carros pratas
quatro pretos
um branco.

outro cigarro.

13.8.08

Um quadro às quartas

Sem título, 1996
Obra de Renata Tassinari (1958- )

Por dentro da concha

12.8.08

são paulo, meu amor

quando são paulo nasceu
eu era menino e oscar me recebia na barra funda
com suas curvas de mulher

um encantamento

nenhuma decepção

quando são paulo nasceu
o ritmo a fumaça a calçada o trânsito o desejo o tamanho
tudo me agradava
até o sacolejo dos ônibus
até o medo de ser assaltado
ou assassinado

eu era um menino imberbe
e trazia na bagagem de férias uma porção de sonhos
que sei
que nunca
irei
realizar

(portanto, nem os sonho mais)

Terça sonora



"Juliana girando
Oi girando!
Oi na roda gigante
Oi girando!
Oi na roda gigante
Oi girando!"

11.8.08

Para começar a semana

"A escrita da auto-ajuda pertence à farmacologia."

Eucanaã Ferraz (1961- )

10.8.08

Domingo, foto

Fotos novas, 2007
Clique de Henrique de Carvalho (1980- )

8.8.08

4. Nonononononon

O Malabarista Atormentado, em seu RG, trazia o nome João Euclides da Silva. Sempre quisera ser ator, antes de acabar malabarista. Atormentado.

- Tropeço em mim, sabe?

Do outro lado, Verinha no Varal não respondia. Estava dependurada na linha, toda entanguida, molhada demais para conseguir pensar em uma resposta no mínimo satisfatória.

- Não tenho paciência, não.

- E por que não se seca, então?

- Porque não me sei equilibrar.

- Duvide do equilíbrio, coisa de renascentista.

- Mas é se tropeçar?

- Trapace.

- Enganando o ar?

- Respirando fundo.

- E se o ar se cansar?

- Não cansa. O ar sobra, sempre. E soçobra.

- Sozinho?

- Assimesmo.

- Ensimesmado?

- Sisolarando.

- Sussa, então.

- Sim.

Filminho de sexta



Drummond.

7.8.08

Instante da estante

ANDRADE, Carlos Drummond de. Moça deitada na grama. Rio de Janeiro: Record, 1987.

6.8.08

Um quadro às quartas

Sem título, 1997
Obra de Rodrigo Andrade (1962- )

5.8.08

Café ruim, idéias boas

Tipo uma tradição. Sem derivas, não há solução. Nem pó, nem beijo, nem sombra. Deus é aquele que mora entre um detalhe e um espantalho, doente de tanto fazer sofrerem os homens. E as mulheres. Alguém aí viu o relógio que perdi?

Terça sonora



"Se do lado esquerdo do peito
No fundo, ela ainda me quer bem"

4.8.08

Para começar a semana

"Quem não lê, não quer saber; quem não quer saber, quer errar."

António Vieira (1608-1697)

3.8.08

Sobre verdades indesculpáveis e seus múltiplos sofismas cor-de-abóbora

Trinta e duas horas sem dormir. No outro cômodo, só o resmungo renitente do barbeador elétrico a aparar as arestas do nada. O nada não sabe se barbear. O nada cultiva infinitas barbas, brancas. Por serem infinitas, é óbvio que são grandes o suficiente para a gente se dependurar nelas. Trinta e duas horas sem dormir e, agora, mais alguns minutos. As pálpebras doem. As mãos também doem de tanto computar. LER, a sigla maldita. A vista cansa, a miopia pede calma, a córnea seca, também pela estiagem. O cérebro é o único que funciona sem reclamar. Ou melhor: é o único que ainda reclama pela lerdeza e insolência do resto do corpo. Olho para a cama gelada e percebo que não sou mais bem-vindo nela. A cama cansou-se; não quer mais dormir nela. A cama cansou-se-me; não quero mais dormir em ela. Da janela vejo o céu, o barulho da rua, as torres coloridas piscantes anti-aviões ao longe, as buzinas dos carros distantes de mim, o tédio dos que se jogam do prédio da frente. Da janela vejo o precipício convidativo e, aos poucos, ouso me perguntar: quantos metros medem dezoito andares?
Dali a pouco serão trinta e três horas sem dormir.

Domingo, foto

Pousada em Nova Friburgo, 2008
Clique de Viviane Aguiar (1983- )

1.8.08

Filminho de sexta



Em tempos de Olimpíadas.