9.12.11

Sabático

Erro
No primeiro eco
Que berro.

8.12.11

Telúrico

Escorrego
No primeiro espelho
Que nego.

7.12.11

Astronáutica

Tropeço
No primeiro passo
Do espaço.

6.12.11

Simples

Então é isto.
E se não for
Nem acredito.
Refletir:
Como se a vida
Morasse no espelho.

9.11.11

Falou e disse

E tem expressões bonitas, como a do sujeito que, pode erguê, dizia:

- Tô zarpano.

E vazô na braquiária, feito curisco. Foi um forfé. Quase que deu revertério.

Castele só. Vai veno. Mai não precisa encuiá o pescoço, não. Da moita também se vê, ainda que de revesgueio, de fianco, meio reba, um tanto embramado.

- Xééé que foi. Vi que tava chovendinho, ele não ia não.

- Pois deu piau, foi de quaiá o bico.

- Vô morgá. Num posso com banzé, fico muquiado. E num sô loco de ficá campiano quem empresta a canela do veado.

2.11.11

futurologia; faturologia; feturologia;
firulologia.

20.9.11

Ou tudo
Outubro
Eu tento
Atento
Lembrar
Levar
Ler par
Ou ímpar
Outubro
Novembro
Dezembro.

8.9.11

perdido na curva absurda e abrupta
que liga
a linha turva e morna e...

consumo-me.

19.8.11

tanta coisa
acontecendo
que quase me esqueço
de tanta coisa
acontecendo.

5.4.11

a quem deu a mão
sou adeus

a quem senão ser
nasci ideia
e sou céu

a quem se sereia
fiz-me aldeia
descobri-me deus
vi-me idiota

e na esteira de vime
olhei-me outro
no espelho do oceano:
- sou nós que somos
na garganta.

23.3.11

Vi duas nuvens fomando parênteses. O céu quer me dizer alguma coisa?

16.2.11

então é isto:
não sei se desisto
ou se insisto.