23.9.07

Poema da morte azul

Ando costurando estrelas nas horas vagas de solidão...
Nas horas desvagas, saio passeando com meus pés de vento
cuspindo fogos e fotos pelas paredes nervosas da avenida
Nações Unidas
e cantarolando velhas canções de ninar multifacetadas.

Perco-me em lucubrações,
Já não sei mais de que lado do espelho estou,
Se sou flexo ou reflexo,
Se viro acento circunflexo,
Se aceno ou assento...

Respiro o ar abrupto dos deuses excomungados
E vou construindo relâmpagos!

Oito e meia. Pink Floyd. Pingo de cola na carta.
Cheiro de perfume no e-mail. Talco para os pés.
Um banho, outro banho. Outro banho. O quarto.
Fósforo, incenso, cigarro, cigarro, incenso, fósforo.
(forte intenso catarro, catarro intenso forte)
Cinzas.
Por que seus olhos não têm cor?

Deixo nascer pensamentos de minhas barbas
E tem horas que caio dentro do relógio
(Confesso que dói muito ser atropelado pelos ponteiros!
- mas o relógio é minha religião)

Preciso chorar mas a chuva é sempre maior.

Um comentário:

Anônimo disse...

um brinde à coragem e habilidade de expor seus sentimentos em palavras escritas.
que o mundo continue capaz de ler, reler e aprender a ouvir as entrelinhas dos textos humanos, a alma nossa.