Renato costurava todos os seus sonhos com linha 10. A mesma que usava para empinar papagaios e fazer malvadezas na barra da saia de sua mãe. Depois que juntava dezessete sonhos bem amarradinhos, guardava-os em feixes duplos, lá no alto da estante da sala. Tão alto que precisava se apoiar num banquinho para alcançar.
Seu irmão ficava sempre jogando videogueime. Parecia não se importar com a altura dos sonhos.
O gato Afanásio era o único que entendia Renato. Olhava com cara de sabichão, sempre. Depois desistia de ajudar e, preguiçoso, dormia no tapete. Afanásio era o único que sabia curtir a vida.
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