28.2.09

Sobre fotografias, reportagens e abraços

Uma vez me disseram para colecionar mosquinhas dessas que habitam os olhos dos míopes. Não aceitei, sob o pretexto besta de que bichos não são colecionáveis, são de quem os vir, são de quem os encontrar. Por analogia, os sorrisos também não seriam colecionáveis, posto que instantâneos, exclusivos, abrasivos.

Mas a fotografia também não é instantânea? A reportagem também não é exclusiva? O abraço, abrasivo?

Por isso, volto atrás: mesmo que o silêncio seja vidro e se quebre, carregando ralo abaixo toda sua beleza, diga algo. Diga logo. Diga. Já que não tenho como ver o sorriso, sentir o olhar, alimentar o gosto, que ao menos ouça -- leia -- o que se é existência.

Um comentário:

Anônimo disse...

Amei