6.1.09

SEIS DE JANEIRO

Sonhei com a espuma cinza e a vontade de lavá-la infinitamente até deixá-la branca, bem branquinha. Desespumei-me em seguida.
O espelho de acordar trazia uma trinca de mau agouro. Setenta vezes sete.
Apontei um dedo contra a ponta esquerda da estrela mais esticada. Lembrei-me que, sol já nascido, não há estrela alguma no céu.
Pra onde elas ser foram?
Sessenta e um meses de aluguel e uma tropa de sentimentos:
* Esclarecidos
* Impensáveis
* Cativantes
* Sinceros
* Quase inverossímeis
No sonho da espuma cinza havia uma frase desterminada e uma pessoa determinada.
Escolhi a frase.
Mudei de fase.
Como se eu fosse uma lua refletida na poça do meio da rua.
Mas já é sol e nem tem estrela pra ter lua.
Mudei de fase.
Um dia ainda vou acabar a frase pela metade.
Na outra metade sei que um monstro enorme me espera.

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