O pobreta, pobre poeta, acordou com elefantíase semântica. Para que isso jamais tornasse a se repetir, decidiu nem mais dormir nunca. Virou zumbi zureta.
- Tenho uma faca inutensílio para socorrear a você.
- E eu, uma espada multicolorida de hipnotizar.
- Então vamos falar de fotografia, porque adoro fotografar pensamentos. Pena, nem sempre eles se me revelam; por isso tenho preferido às vezes fotografar sentimentos e sabores.
- Você terapia ao rodopiar ou prefere tergiversar-me? Eu, verso.
- Na delícia de alimentar um balé de palavras, olvido os álibis para eleger sensações.
- Hum-hum.
- Nem-hum, nem-houtro. São sabor amora, porque sonoram maior.
- Preciso beber ao som de jazz. Lendo Neruda a dois. Enlouquecendo pétala-borboleta.
Zumbi, zureta, pobreta conversava consigo. Era pergunta e era resposta. Unívoco. Uníssono. Unílogo.
- Saudades de ser pedra. No sapato.
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Um comentário:
Será que não seria "Saudades de ser pedra. OU sapato."? Você sabe que adoro rasurar, sobretudo a córnea alheia... Abraços no meu esteta precoce preferido.
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