10.10.08

Pensando no tempo que passa, olhando para trás no hoje que já vira ontem, assim dormiu, sorrindo, sonhando com estrelas de uma nova fábula. Estrelas mais fortes que o Sol, queimando sinos que jamais repicarão de novo. Quem nunca sonhou em ser poema? Ela se via um verso, nua e crua, formando estrofes brancas, algumas coloridas, quem vai perceber? Sonhava que suas palavras compunham o mais belo soneto de amor e que o amor valia a pena mesmo que ninguém acreditasse nisso. Sentia-se forte, coalhava a morte que havia dentro de si como se a calma fosse virtude e bem necessário. E guardava consigo própria essa vontade interior de ser poema, alma nova vibrando em versos... De certo não achava certo dividi-la com mais ninguém, assim a constatariam jamais como desvairada e coisa e tal. Fazia bem parte de seu temperamento misantropo limitado tornar-se uma crente incrédula e por uma momento poderiam transformar suas idéias numa seita antagônica e ela ser julgada pela sociedade como maluca. Isso a deixava amedrontada e reprimida diante dum sentimento tão significativo. E a faria esconder o segredo dentro dos sete buracos da cabeça.

Nenhum comentário: