15.10.08

Blém-blém-blém, outras vezes, e já era bem mais que meia-noite. Estrelas cintilando ao luar denunciavam a neblina esparsa da madrugada. Quem cai na armadilha do blém-blém-blém? Ela não caía e nada parecia interromper o sono azul que levava incontinenti e perene feito possibilidade de o paradoxo assim puder ser. Aliás, tudo pode quando se é verso de poema, tudo pode quando se sonha, mesmo que pesadelos de granizo interrompam a azuléia serpente das tormentas alegres que circundam as fossas cerebrais em momentos de turbulência intelectual, quando se mergulha no profundo descanso. Descanso, uma ova!, é hora essa que a cabeça trabalha mais, e mais livremente, sem a interferência da pálida zona consciente. Não tinha lido que a relatividade fora descoberta num estampido noturno do sono e sonhos de Albert, o Einstein? Fosse ou não fosse verdade, é de lendas que o homem vive, sobrevive no mundo cruel e casto do consumismo e da esterilidade da imaginação.

Um comentário:

Maria Clara Moraes disse...

"Aliás, tudo pode quando se é verso de poema" e é isso mesmo que salva minha vida todos os dias.
Só aqui posso ser o que quero, posso dizer o que quero, posso ter o que eu quero, posso tudo que quero: mas lá fora eu não posso.