22.10.08

Ela estava encucada com o dilema crucial de sua vida. Queria tanto se lembrar dos prazeres que tinha gozado enquanto sucumbia em profundo sono. Queria tanto se lembrar que tinha sido poema, nua em verso, feito patética idealização romântica em sua cama quentinha. Quentinha como ela ficava só de pensar no que havia sonhado e não se lembrava mais. Quentinha e com o coração palpitante, toda lábios intumescidos de um frenesi contagiante que irradiava seus olhos de moça. Tentava até simpatias para avivar sua memória e recordar-se dos sonhos, mas como não possuía superstição suficiente em seu âmago, nada adiantava, sequer funcionaria.

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