4.3.08

Noite de Natal

Onze da noite.
Crianças sonham acordadas com o presente dos sonhos;
Mulheres fazem os últimos preparativos para a Ceia;
Homens tomam drinques enquanto comentam o ano que se vai.

Onze e meia.
Surge a primeira discussão na criançada reunida;
Uma mulher quebra um cristal, mas se dispõe a pagar;
Os homens continuam bebendo e falando de futebol.

Quinze pra meia-noite.
Um menino puxa a orelha do outro que revida um beliscão;
A anfitriã prepara a mesa e confere as taças;
A um chamado, os homens vão até a cozinha.

Meia-noite. É Natal!
Festa, alegria, espírito de fraternidade...
Todos brindam com champanha (à exceção das crianças, que tomam guaraná ou soda-limonada)

Na churrasqueira (porque no Brasil não tem lareira)
Papai Noel está entalado com seu saco cheio de paz.
Mas ninguém vai ajudá-lo.
As pessoas estão ocupadas demais para acreditar em Papai Noel.

Um comentário:

Chave da Poesia disse...

Edison, que grande surpresa! Quase deletei o teu emeio pensando que era mais uma invasão de correio, o nome soou conhecido, e você me alcançou depois de tanto tempo!
Percorri o "cronopolitano" aqui e ali, gostei imenso de tudo que li e fiquei feliz, afinal é incomum as pessoas nos 'guardarem' tanto tempo! Brilhante tudo que escreve!
Estou logo ali, perto da famosa curva da calmaria de Cabral, tanto mar... tanto mar...! Some não, e eu, apareço, apareço! Beijo grato, Sylvia Cohin