2.3.08

Eu-interior

Quero arranhar o mundo com minhas unhas tortas e sujas:
A chuva contribui lacrimejando o céu!

Não sei mais o que é a vida
Nem se ela cabe nos meus sonhos.
Agora sou pedra, sou inquebrantável,
Sou um louco obsessivo costurando o nada:
Se a linha acaba não há mais telefone
Nem fome nem nome.

Quero arrancar do mundo a sujeira torta de minhas unhas:
Seco a chuva com lenços de papel
Não gosto de ver ninguém chorando
Nem os anjos.

Não me lembro o que é a vida...
Pode?

Não caibo em meu bolso, não sei mais voar...
Sou o anjo decaído que o inferno recusou!
Brinco de poesia mas o prédio é alto
Alto, alto, auto-tédio: perfeita ponte suicida...

Hoje descobri que não sou tão feio assim
Mas a lua, hem!?
Cada vez mais bonita...

Nenhum comentário: