25.4.08

Nossos soluços

Nossos soluços sãos
São os ossos do martírio que me fere:
Por enquanto no canto
Meu canto é de um choro ateu
Mas já sinto febre,
E não minto.

Olho ao espelho quebrado
E meu coração se parte:
Sangue vermelho dilacerado
Você não está ao meu lado
No reflexo do espelho quebrado.
“Por quê?”
A pergunta já sem nexo
Ecoa sem fim
E sem dó de mim.

Nossos soluços sãos
São os ossos do martírio que me fere:
Você tão perto e tão longe
(Estava certo o monge que me alertou!).
Já não me valem palavras
Sussurros do nada
Amarro-as em extintas safras
Quero-a calada
Sem explicação
Numa ação inexplicável
Em que o ontem justifica o amanhã
Neste hoje cruel.

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