6.4.08

Há braços

Era uma vez um colecionador de braços, porque gostava de abraços. Tinha trezentos e quarenta e três em sua casa, conservados em formol. Matava pessoas para arrancar os braços, porque gostava de abraços. Mais um dia, mais um braço. Agora tinha trezentos e quarenta e quatro em sua casa. Brancos, negros, pálidos, fortes, japas e até um bracinho de criança. Galho não valia porque não era de gente. Bicho também não entrava porque, exceto tamanduá, não dava abraço. Mais um dia, mais um braço. Agora tinha trezentos e quarenta e cinco em sua casa, da geladeira ao porão. Tanto braço que ele até se perdia.

Matou-se quando se deu conta que nenhum braço tinha par.

Um comentário:

Bruno Pessa disse...

Gostei. A-BRAÇO!