21.5.08

Tragédia radioativa

Há um retrato na parede
Que fica dobrando minhas lágrimas:
Largo as rimas que a alma pede
E vou chorar pelas meninas
mortas em Chernobyl
E aquelas coisas tortas que todo o mundo viu.

Jogo fora Dostoiévski, Tolstoi...
Meu espírito apenas rói
lembranças tristes:
Crianças famintas chorando de câncer,
Plantas com pintas calando o amanhecer,
Adultos ruços de soluços russos.
Parece um daqueles filmes de Kurosawa!

Uma prece, náuseas, quem nos redime?
Tamanho crime sem explicação
arranha a História
e rasga a memória
em mil pedacinhos querendo perdão.

Um comentário:

Di Giacomo disse...

Poesia punk?
;-)