Há um retrato na parede
Que fica dobrando minhas lágrimas:
Largo as rimas que a alma pede
E vou chorar pelas meninas
mortas em Chernobyl
E aquelas coisas tortas que todo o mundo viu.
Jogo fora Dostoiévski, Tolstoi...
Meu espírito apenas rói
lembranças tristes:
Crianças famintas chorando de câncer,
Plantas com pintas calando o amanhecer,
Adultos ruços de soluços russos.
Parece um daqueles filmes de Kurosawa!
Uma prece, náuseas, quem nos redime?
Tamanho crime sem explicação
arranha a História
e rasga a memória
em mil pedacinhos querendo perdão.
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Um comentário:
Poesia punk?
;-)
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