16.2.08

Leminskaindo

Por um instante
Seria importante libertar o Leminski que mora em mim:
Embebedar-me liricamente de poesia e álcool
E tornar-me perene feito nuvem
(Uma perenidade singular
Que como sonho
Se esfacela no ar
E chove quando a força alcança!)

Mas de anacoreta nefelibata
Converter-me-ia poeta curitibano?
Prefiro tentar notívago sobrevivente
Ser alma que será uma rima, uma lágrima...
Firo tudo o que é concreto
E no meio do éter desperto:
Sofrimento?

Ali se via Alice perdida
Ah, li "Alice no país das maravilhas"
Há ali o coelho que me olha
Desconfiado: Leminski, salvai-me!

Trato tudo como se antes não houvesse-me
Não me haveria?

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