22.10.07

Maio

Delicia-me alimentar as borboletas amarelas
que brotam em teu estômago:
nelas encontro acalanto e desespero
para meus versos latos
meus beijos prontos
meu tempo pouco
meu tudo

No vácuo irrisório dos pensamentos
persigo, aspiro, condeno-nos
à extinção dos duelos:
neles respingam as palavras
os corpos colados
os colares calores
normais, totais

Delicia-me colorir as borboletas amarelas
com as matizes de estrelas estralejadas
ao enquanto e ao encontro
- meus versos latos -
delas com as ostras prostradas
em abraço, aconchego
milagre

Seja o desejo
que meus versos latos sejam:
o arranhão, os lábios, as línguas
os dançares corporais
alimentados pela delícia
de vivê-los os versos latos
à liberdade das borboletas

Um comentário:

Anônimo disse...

Lindo, eu adorei!
Outro candidato à impressão.
Bjs