5.7.07

Inutilia truncat

uma vez escrevi um poema - que talvez precise reencontrar nalguma gaveta suja ou dentro de um bolso roto de camisa marrom - no qual dizia estar cansado de ser humano. ser humano. cansado de ser eu um humano. cansado de conviver com tanto ser humano. cansado da existência humana como um todo de mim e dos outros. cansado.

cada vez mais repugno os manuais de sobrevivência nos quais condutas se apóiam. para que servem? para desiludirmo-nos ao constatarmos que ninguém os cumpre da maneira como esperamos que as pessoas falham os próximos também se desrespeitam e a ética virou estética. patético.

uma vez eu quero rasgar de vez todos os poemas filosofias contos crônicas cartas de amor romances letras de máquina de escrever do mundo inteirinho começando pelo meu quarto. da inutilidade da palavra escrita da inutilidade das pessoas da inutilidade da sobrevivência humana na face da terra. a ética virou ex-ética.

2 comentários:

Anônimo disse...

então vamos descansar juntos no 182. te amo

Anônimo disse...

compartilho o cansaço e a revolta.
um beijo,