Três coisas o atordoavam no metrô: a porta se abrindo, o trem correndo, o túnel. Atirava seu espírito contra o vidro da janelinha. Cuspia no banco. Quase vomitava.
- Trinta e dois, trinta e três, trinta e...
Contava carneiros pretos para disfarçar o pânico. Tremia. Pernas e braços. Cabeça.
Aproveitava a pausa de cada estação para gozar um instante ótimo do trajeto. E atrevia-se a trocar olhares maliciosos com cada uma das gostosas que avistava. As que correspondiam, pronto, logo estavam na sua lista. Telefônica. Cópula. Masturbatória. Outra cópula. Tesão.
Outra vez o metrô corria. Velocidade. Aumentando.
- Atchim! Atchim! Atchim!
Com uma garota presa em seu pau, ele sempre se atrasava para outro dia de trabalho.
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