31.7.09
30.7.09
29.7.09
28.7.09
27.7.09
Para começar a semana
"Uma pitada de poesia é suficiente para perfumar um século inteiro."
José Julián Martí Pérez (1853-1895)
José Julián Martí Pérez (1853-1895)
26.7.09
25.7.09
Porque hoje é sábado
Confissão
Que esta minha paz e este meu amado silêncio
Não iludam a ninguém
Não é a paz de uma cidade bombardeada e deserta
Nem tampouco a paz compulsória dos cemitérios
Acho-me relativamente feliz
Porque nada de exterior me acontece...
Mas,
Em mim, na minha alma,
Pressinto que vou ter um terremoto!
(Mario Quintana)
Que esta minha paz e este meu amado silêncio
Não iludam a ninguém
Não é a paz de uma cidade bombardeada e deserta
Nem tampouco a paz compulsória dos cemitérios
Acho-me relativamente feliz
Porque nada de exterior me acontece...
Mas,
Em mim, na minha alma,
Pressinto que vou ter um terremoto!
(Mario Quintana)
24.7.09
23.7.09
22.7.09
21.7.09
20.7.09
Para começar a semana
"O meu processo de escrita é caótico, mas parte sempre das personagens. Eu crio personagens que me devem fascinar e nesse encantamento me ditam em que narrativa eles podem acontecer para não desvanecerem."
Mia Couto (1955- )
19.7.09
18.7.09
Porque hoje é sábado
O menino robô
Senhor e senhora Silva levavam uma vida sossegada.
Vida de gente normal, feliz e bem casada.
Um dia tiveram uma notícia
Que encheu o marido de contentamento:
A mulher esperava um filho,
E ele ia ser pai do rebento!
Mas algo deu errado naquele mar de felicidade.
A criança era... um robô!
Não parecia gente de verdade.
Um bebê nem quente nem fofo, que estranho!
A pele: uma fria e fina chapa de estanho.
E ele ficava largado, sempre com olhos parados,
Nem morto nem animado.
Quando até a tomada um longo fio elétrico se estendia,
Este era o único momento do dia
Em que ele ficava cheio de energia.
O senhor Silva não conteve os berros:
"O doutor não cometeu um grave erro?
Nem sangue nem carne tem o menino,
Mas é uma simples liga de alumínio!"
O doutor, gentil, lhe respondeu:
"O que vou lhe dizer
Pode parecer extravagante
Mas o senhor não é o pai
Desse garoto mutante.
Veja bem, a questão não é simples
E requer investigação profunda,
Mas achamos que o pai dele
É o forno de micro-ondas."
Agora a vida dos Silva
Tornou-se um fardo pesado.
A senhora odiava o marido,
E ele já não se via mais casado.
Não perdoou a esposa por aquela ligação mesquinha:
A união carnal
Com um aparelho de cozinha.
Apesar de tudo, o menino cresceu
E se tornou um robô jovem.
Mas muitas vezes ainda o confundem
Com a lata de lixo da garagem.
(Tim Burton)
Senhor e senhora Silva levavam uma vida sossegada.
Vida de gente normal, feliz e bem casada.
Um dia tiveram uma notícia
Que encheu o marido de contentamento:
A mulher esperava um filho,
E ele ia ser pai do rebento!
Mas algo deu errado naquele mar de felicidade.
A criança era... um robô!
Não parecia gente de verdade.
Um bebê nem quente nem fofo, que estranho!
A pele: uma fria e fina chapa de estanho.
E ele ficava largado, sempre com olhos parados,
Nem morto nem animado.
Quando até a tomada um longo fio elétrico se estendia,
Este era o único momento do dia
Em que ele ficava cheio de energia.
O senhor Silva não conteve os berros:
"O doutor não cometeu um grave erro?
Nem sangue nem carne tem o menino,
Mas é uma simples liga de alumínio!"
O doutor, gentil, lhe respondeu:
"O que vou lhe dizer
Pode parecer extravagante
Mas o senhor não é o pai
Desse garoto mutante.
Veja bem, a questão não é simples
E requer investigação profunda,
Mas achamos que o pai dele
É o forno de micro-ondas."
Agora a vida dos Silva
Tornou-se um fardo pesado.
A senhora odiava o marido,
E ele já não se via mais casado.
Não perdoou a esposa por aquela ligação mesquinha:
A união carnal
Com um aparelho de cozinha.
Apesar de tudo, o menino cresceu
E se tornou um robô jovem.
Mas muitas vezes ainda o confundem
Com a lata de lixo da garagem.
(Tim Burton)
17.7.09
16.7.09
Mensagem
Das singelas dúvidas que nos atormentam na hora do almoço: cardápio roots ou requintado? Voto na opção que consumir menos a minha fortuna, esculpida após anos de labuta diária na imprensa brasileira.
Topam em quantos minutos? Podemos aproveitar o intervalo para apurar mais? Renegaremos nossos princípios éticos, estéticos e religiosos? Destruiremos todas as interrogações nervosas e suas lacunas espaço-temporais? Encontraremos Deus? Sorriremos?
Sem mais para o momento, aguardo pela manifestação dos senhores.
Grato.
Topam em quantos minutos? Podemos aproveitar o intervalo para apurar mais? Renegaremos nossos princípios éticos, estéticos e religiosos? Destruiremos todas as interrogações nervosas e suas lacunas espaço-temporais? Encontraremos Deus? Sorriremos?
Sem mais para o momento, aguardo pela manifestação dos senhores.
Grato.
15.7.09
14.7.09
O tempo de um momento
eu sou um repositório de velhas dúvidas. a maior delas, mais pungente, mais inusitada, é: quanto tempo dura um momento? eu tento, tento e jamais encontro explicação para esse questionamento: quanto tempo dura um momento? quanto tempo dura um momento? o tempo de um nascimento ou o tempo de outro acontecimento? quanto tempo dura um momento? o tempo de um alento ou o tempo de um forte vento?
Vidas, sinais e travessias
Amanhã seu blog completa dois meses de silêncio absoluto. Um tédio, pois não.
Não sei quanto a você, mas eu odeio cobranças criativas. Não sei direito como funciono, então tendo a me irritar com pitacos alheios sobre o processo -- que, muitas vezes, é nula. Portanto, desculpe-me por isto.
Não sei quanto a você, mas eu odeio cobranças criativas. Não sei direito como funciono, então tendo a me irritar com pitacos alheios sobre o processo -- que, muitas vezes, é nula. Portanto, desculpe-me por isto.
2. Jornalismo e Diagramação - A revista atual. Forma, conteúdo e linguagem
Plano de fundo. Sem fundo? Profundo? Capa capada salientada pela cor – sólida, que não caracteriza a revista, é tão mutável quanto suas manchetes, a imagem ou até mesmo parte dela. Imagem que se faz ilustrativa, espaçosa (anseia pela página inteira), submissa (tem todos os outros elementos dispostos em cima dela), muitas formam um cenário completo. Moldura? Padrão! Freqüente em capas como um timbre real. Real?
13.7.09
Para começar a semana
"O poema não é feito dessas letras que eu espeto como pregos, mas do branco que fica no papel."
Paul Louis Charles Claudel (1868-1955)
Paul Louis Charles Claudel (1868-1955)
2. Jornalismo e Diagramação - A revista atual. Forma, conteúdo e linguagem
Dois são os olhos. Dois são os pontos. Os pontos do olhar. A entrada do olhar. Manchete e imagem. Imagem e manchete. Ambas agradecem pela atenção dispensada, estão apenas cumprindo sua função. Arrastando olhares em direção a uma infinita gama de signos que vomitam informações das mais diversas em uma capa que não encapa, rotula.
cansada da falta de poesia?
ela está perto, aberta, pronta
para ser lida, vida,
vivida
basta uma coleção de instantes
ou dois olhares
alhures
e a poesia brota, ah,
brotará.
para ser lida, vida,
vivida
basta uma coleção de instantes
ou dois olhares
alhures
e a poesia brota, ah,
brotará.
12.7.09
2. Jornalismo e Diagramação - A revista atual. Forma, conteúdo e linguagem
Revistas inatuais. Capas atuais. Contradições. Capas atualizadas periodicamente são sempre as mesmas. Seguidoras de uma estrutura padronizada. Quatro elementos. Terra, fogo, água e ar? Não! A entrada do olhar, plano de fundo, manchetes, a revista e seu nome. Raras inovações, constantes obediências. Obediências a um 20X26 que se repete, repete, repete... A forma deforma pensamentos a se acostumarem com a mesmice, as rejeições para com o novo são inúmeras: o novo é inviável. Os padrões se tornam crescentes, as mentes, dormentes.
11.7.09
2. Jornalismo e Diagramação - A revista atual. Forma, conteúdo e linguagem
Revista Inatual
A forma (deforma)
A forma (deforma)
Porque hoje é sábado
A criação da xoxota
Sete homens de fino saber,
Criaram a xoxota, como se pode ver:
Chegando na frente, veio um açougueiro,
Com faca afiada, deu talho certeiro.
Um bom marceneiro, com dedicação,
Fez furo no centro com malho e formão!
Em terceiro, o alfaiate, capaz e moderno,
Forrou com veludo o lado interno.
Um bom caçador, chegando na hora,
Forrou com raposa a parte de fora.
Em quinto chegou, sagaz pescador,
Esfregando um peixe, deu- lhe odor!
Em sexto, o bom padre da igreja daqui,
Benzeu- a dizendo: "É só prá xixí."
Por fim o marujo, zarolho e perneta,
Chupou-a, fodeu-a, e chamou-a...
Buceta!
(Mario Quintana)
Sete homens de fino saber,
Criaram a xoxota, como se pode ver:
Chegando na frente, veio um açougueiro,
Com faca afiada, deu talho certeiro.
Um bom marceneiro, com dedicação,
Fez furo no centro com malho e formão!
Em terceiro, o alfaiate, capaz e moderno,
Forrou com veludo o lado interno.
Um bom caçador, chegando na hora,
Forrou com raposa a parte de fora.
Em quinto chegou, sagaz pescador,
Esfregando um peixe, deu- lhe odor!
Em sexto, o bom padre da igreja daqui,
Benzeu- a dizendo: "É só prá xixí."
Por fim o marujo, zarolho e perneta,
Chupou-a, fodeu-a, e chamou-a...
Buceta!
(Mario Quintana)
10.7.09
Mais-valia
Então, cara, também já tinha pensado nisso, sobre essa coisa de talvez ter ficado "mais marxista" com a paulistanice. Acredito que essa sensação é forte justamente porque aqui, na metrópole-monstra-que-nos-devora-e-rouba-toda-a-mais-valia os contrastes são mais acentuados, o suor é mais íngreme, a dor é mais latente.
Em suma: o marxismo é o mesmo. O concreto (e haja concreto!) é que é infinitamente maior.
Em suma: o marxismo é o mesmo. O concreto (e haja concreto!) é que é infinitamente maior.
1. Teorias de Base - Poesia, um caso de primeiridade
Neste modelo, a poesia-sensação plena, o amor, o sentimento, faz funcionar os campos límbico e neocórtex. Emoção + razão. Fusão de áreas cerebrais explicando a sensação estranha mas deliciosa que só os grandes leitores de poesia conhecem. Ou conhecemos.
SEIS DE JULHO
Quando risco um item da agenda sinto o prazer do dever cumprido -- ainda que seja mentira.
Pareço uma criança doente que ganha um brinquedo novo. Com se X compensasse Y.
Pareço uma criança doente que ganha um brinquedo novo. Com se X compensasse Y.
QUATRO DE JULHO
Tem dias que a vida toda mais parece um filme em inglês sem legendas. Muitos entendem, é claro, mas as informações não são absorvidas com muita naturalidade pelo cérebro, talhado em português. Daí bate o desepsero, a desilusão, o desencontro, o desassossego.
9.7.09
TRÊS DE JULHO
Quando vir a conhecer o colecionador de todos os medos, irei me atrever a vislumbrar os sonhos menos publicáveis. Outra entrevista, o alimento.
PRIMEIRO DE JULHO
Declaro inaugurado, neste momento, mais meio ano de acontecimentos desimportantes.
TRINTA DE JUNHO
Meio ano por debaixo da porta absurda da velhice implacável. Meio ano de metas não cumpridas. Meio ano de negativas.
VINTE E NOVE DE JUNHO
Que saudades do ontem indelével em meus lábios tão seus. O olhar que abraçava, a surdez devoradora, o soluço inédito.
Agora é a vez do tédio pedir seu espaço inútil e se consolar no inenarrável.
Agora é a vez do tédio pedir seu espaço inútil e se consolar no inenarrável.
VINTE E OITO DE JUNHO
Os vadios me acolhem de braços abertos. As vadias, de pernas abertas. Meu coração -- tudo o que me resta -- dói fechado.
Quem vai querer me acertar essa punhalada justo no momento em que pensava ser capaz de me reerguer? Qual a profundidade das interrogações que me sufocam tanto e tanto? Queria não poder, jamais poder. Só perder.
Quem vai querer me acertar essa punhalada justo no momento em que pensava ser capaz de me reerguer? Qual a profundidade das interrogações que me sufocam tanto e tanto? Queria não poder, jamais poder. Só perder.
1. Teorias de Base - Poesia, um caso de primeiridade
8.7.09
1. Teorias de Base - Poesia, um caso de primeiridade
O homem não é somente um animal político, como afirmam tantos estudiosos. O homem é, principalmente, um animal rítmico. Será que as duas musas vão novamente se unir? Elas que nasceram no mesmo berço, Música e Poesia, e que ainda conservam inquebrantáveis os laços primitivos... Será que o futuro lhes reserva nova união? Já não é o que ocorre com a música popular, por exemplo?
7.7.09
No radinho de pilha
"Would you mind if I told you
I loved you tonight
Cuz it seems when you close to me
It's gonna be alright"
1. Teorias de Base - Poesia, um caso de primeiridade
Schiller afirmava que seu processo de composição era essencialmente som que puxa som. Dizia que sua alma era impregnada por uma disposição musical e depois brotava a idéia poética.
6.7.09
Para começar a semana
"A literatura dá a alguns pessimistas um sentimento de beleza que a gente chega a duvidar do pessimismo."
Marco Lucchesi (1963- )
5.7.09
1. Teorias de Base - Poesia, um caso de primeiridade
Olhando melhor para o espelho, aliás, para o esquema acima mencionado, emoção é musicalidade. Todos os expedientes visam tão-somente a valorizar o som, assim, música, melodia, melopéia, primeiridade, sensação. Lembra Jules Combarieu: poesia é irmã menor da música, que nasce antes da poesia e lhe é superior.
4.7.09
1. Teorias de Base - Poesia, um caso de primeiridade
A poesia lança-mão de alguns finos fenômenos formais. Existem desde seu nascimento e persistem até tempos hodiernos. Recursos e expedientes da laboração poética: repetição – refrão – paralelismo – aliteração – rima (assonância) – anacruse.
Porque hoje é sábado
Com licença poética
Quando nasci um anjo esbelto,
desses que tocam trombeta, anunciou:
vai carregar bandeira.
Cargo muito pesado pra mulher,
esta espécie ainda envergonhada.
Aceito os subterfúgios que me cabem,
sem precisar mentir.
Não sou feia que não possa casar,
acho o Rio de Janeiro uma beleza e
ora sim, ora não, creio em parto sem dor.
Mas o que sinto escrevo. Cumpro a sina.
Inauguro linhagens, fundo reinos
— dor não é amargura.
Minha tristeza não tem pedigree,
já a minha vontade de alegria,
sua raiz vai ao meu mil avô.
Vai ser coxo na vida é maldição pra homem.
Mulher é desdobrável. Eu sou.
(Adélia Prado)
Quando nasci um anjo esbelto,
desses que tocam trombeta, anunciou:
vai carregar bandeira.
Cargo muito pesado pra mulher,
esta espécie ainda envergonhada.
Aceito os subterfúgios que me cabem,
sem precisar mentir.
Não sou feia que não possa casar,
acho o Rio de Janeiro uma beleza e
ora sim, ora não, creio em parto sem dor.
Mas o que sinto escrevo. Cumpro a sina.
Inauguro linhagens, fundo reinos
— dor não é amargura.
Minha tristeza não tem pedigree,
já a minha vontade de alegria,
sua raiz vai ao meu mil avô.
Vai ser coxo na vida é maldição pra homem.
Mulher é desdobrável. Eu sou.
(Adélia Prado)
3.7.09
VINTE E SETE DE JUNHO
Solidão. Casa vazia, porta entreaberta, TV desligada, bateria do laptop no fim, celular sem crédito, luz cortada.
- Tem alguém aqui? -- grito, ensimesmado.
Nem o eco me responde. Fim.
- Tem alguém aqui? -- grito, ensimesmado.
Nem o eco me responde. Fim.
VINTE E CINCO DE JUNHO
De volta à semiótica e à lista de missões a cumprir:
* Caçar gnomos coloridos;
* Embebedar-me o bastante;
* Equilibrar-me no varal;
* Dormir durante o dia.
* Caçar gnomos coloridos;
* Embebedar-me o bastante;
* Equilibrar-me no varal;
* Dormir durante o dia.
VINTE E QUATRO DE JUNHO
As plantas estão morrendo. Não encontro remédio. Sou um deus impotente porque nem sequer sei amar.
VINTE E UM DE JUNHO
O dia está ridiculamente triste. Como uma colcha de retalhos. Como um encontro que se esqueceu de acontecer. Como uma linha cruzada. Como um relógio quebrado.
Inconsulto, pereço os dias que se me atropelam devagar. Estou atrasado para a vida, meu celular não funciona, meu computador está off-line.
Inconsulto, pereço os dias que se me atropelam devagar. Estou atrasado para a vida, meu celular não funciona, meu computador está off-line.
2.7.09
VINTE DE JUNHO
Os números confundem. Treze. Vinte. Oitenta e quatro mil, trezentos e cinquenta e dois. Zero. Setescentos e oitenta e nove milhões, novecentos e doze mil, seiscentos e setenta e cinco. Os números confundem.
DEZENOVE DE JUNHO
Uma orelha quente, pelando. A outra, fresquinha. Como a vida de dois irmãos ímpares, Caim e Abel.
DEZOITO DE JUNHO
Não me venha com nada que não se pareça com copos e corpos. Eu me esqueço, eu me esqueço.
1.7.09
17. Trêmulo, atrevido, intrépido, atrasado
Três coisas o atordoavam no metrô: a porta se abrindo, o trem correndo, o túnel. Atirava seu espírito contra o vidro da janelinha. Cuspia no banco. Quase vomitava.
- Trinta e dois, trinta e três, trinta e...
Contava carneiros pretos para disfarçar o pânico. Tremia. Pernas e braços. Cabeça.
Aproveitava a pausa de cada estação para gozar um instante ótimo do trajeto. E atrevia-se a trocar olhares maliciosos com cada uma das gostosas que avistava. As que correspondiam, pronto, logo estavam na sua lista. Telefônica. Cópula. Masturbatória. Outra cópula. Tesão.
Outra vez o metrô corria. Velocidade. Aumentando.
- Atchim! Atchim! Atchim!
Com uma garota presa em seu pau, ele sempre se atrasava para outro dia de trabalho.
- Trinta e dois, trinta e três, trinta e...
Contava carneiros pretos para disfarçar o pânico. Tremia. Pernas e braços. Cabeça.
Aproveitava a pausa de cada estação para gozar um instante ótimo do trajeto. E atrevia-se a trocar olhares maliciosos com cada uma das gostosas que avistava. As que correspondiam, pronto, logo estavam na sua lista. Telefônica. Cópula. Masturbatória. Outra cópula. Tesão.
Outra vez o metrô corria. Velocidade. Aumentando.
- Atchim! Atchim! Atchim!
Com uma garota presa em seu pau, ele sempre se atrasava para outro dia de trabalho.
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