11.6.09

16. As cidades, às cidades

Por onde passei, deixei alguns de meus pedaços. Porque, dizem, as células morrem o tempo todo, um pouco por vez.

- Um nariz!

- Um olho!

- Um pênis! (- É meu, é meu, é meu!, gritam meninas histéricas.)

Os agrados, segredados, jazem natimortos nas gavetas velhas, griladas, de antanho. Nelas, os grilos foram segregados, só para caberem os agrados.

- Agrido.

As gavetas não têm endereço fixo. Percorrem a totalidade das cidades onde me fiz. As mesmas que tumulam meus pecados, pedaços, cadarços e petardos.

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