Se as coisas já estão uma bosta mesmo, pra que melhorar?
Otimismo: conforto para os fracos...
30.6.05
29.6.05
Jaçanã
Minha casa é perto, nem preciso acordar pra chegar. Fica na dobra da esquina, no sexto andar. E tem um portão que abre quando bato duas palmas e dou um pulinho.
Minha casa é logo ali, na esquina dobrada. Dentro dela cabem outros andares e o elevador passa pelo meio. Não tem e-mail nem carta social me esperando, mas eu estou a caminho, sempre a caminho, devagarinho porque atrás vem gente sorrindo.
Minha casa é aqui.
Minha casa é logo ali, na esquina dobrada. Dentro dela cabem outros andares e o elevador passa pelo meio. Não tem e-mail nem carta social me esperando, mas eu estou a caminho, sempre a caminho, devagarinho porque atrás vem gente sorrindo.
Minha casa é aqui.
28.6.05
Saite
Acordei parecendo uma raposa cheia de hiperlinques nervosos. A cada clique, uma força bruta enrolava os bigodes do meu focinho e revelava a ressaca: ontem, nove doses de uísque com o lobo-mau, anteontem, dezessete doses de cachaça com a formiga, anteanteontem, treze doses de conhaque com a ovelha... e assim, por diante, percorrendo todos os animais prosopopaicos das fábulas de Esopo e de La Fontaine.
Acordei com a cara de uma raposa do Gúgol, cheia de dáblio-dáblio-dlábios. Acordei ciberespacial e fui morar num imeio.
Acordei com a cara de uma raposa do Gúgol, cheia de dáblio-dáblio-dlábios. Acordei ciberespacial e fui morar num imeio.
27.6.05
Chegada
Sem renovar a autorização pra vida, estou nesse avesso de partida, malas ao chão, roupas espalhadas, celular descarregado.
Se eu fumasse, acenderia um agora. Mas não fumo. Tem momentos que sinto pena de mim por isso.
Se eu fumasse, esconderia toda a minha angústia na fumaça de um hollywood.
Que besteira!
Se eu fumasse, acenderia um agora. Mas não fumo. Tem momentos que sinto pena de mim por isso.
Se eu fumasse, esconderia toda a minha angústia na fumaça de um hollywood.
Que besteira!
24.6.05
Daquelas mulheres
O conto era daquelas mulheres que não tinham passaporte. Mas tinham decote.
No papel amassado, o desenho do ronco da motocicleta. E tudo o mais. É o de menos. Um sorriso amarelo, cansado. Nada a ver com o pôr-do-sol gritante que repousa em si mesmo, naquilo que chamamos horizonte.
Íris? Antes... Agora é só ir. Se quer voltar, sequer.
No papel amassado, o desenho do ronco da motocicleta. E tudo o mais. É o de menos. Um sorriso amarelo, cansado. Nada a ver com o pôr-do-sol gritante que repousa em si mesmo, naquilo que chamamos horizonte.
Íris? Antes... Agora é só ir. Se quer voltar, sequer.
23.6.05
Mensagens
Algumas são lupa para nós mesmos. Lupa e lampadinha. Lupa, lampadinha e diabinho da (in)consciência.
Assim vamos indo. Devagar porque atrás vem gente, e então podemos esperar a gente que vem pra de repente ainda bater um papinho.
Assim vamos indo. Devagar porque atrás vem gente, e então podemos esperar a gente que vem pra de repente ainda bater um papinho.
Panelinhas
Existem por todo lado.
Principalmente em cozinha de quem mora sozinho, que cozinha pra si próprio e que faz um prato por vez.
Principalmente em cozinha de quem mora sozinho, que cozinha pra si próprio e que faz um prato por vez.
21.6.05
20.6.05
+ de 36h depois das pálpebras se descolarem da cama
Desci, tentei dormir. Fechei os olhos e viraquevira na cama. Peço-te e não encontro teu corpo. Rogo-te e não vejo teu carinho em mim.
Tentei dormir. Mas na minha cabeça, reduto de incertezas molhadas, um balaio girandogirandogirando, roda-louca, girandogirandogirando, e os acontecimentos nefastos de um dia estranho.
Tem noites que o computador me consola.
O computador, me consola.
O computador, sola.
E eu, absorto no tec-tec-tec, sou quase um sonâmbulo dançando no ritmar espalhafatoso de meus dedos datilográficos (com diploma). Estou dormindo acordado, diante da tela que cansa meus olhos de anteontem.
Dentro de cada e-mail cabe um beijo sem explicação.
Tentei dormir. Mas na minha cabeça, reduto de incertezas molhadas, um balaio girandogirandogirando, roda-louca, girandogirandogirando, e os acontecimentos nefastos de um dia estranho.
Tem noites que o computador me consola.
O computador, me consola.
O computador, sola.
E eu, absorto no tec-tec-tec, sou quase um sonâmbulo dançando no ritmar espalhafatoso de meus dedos datilográficos (com diploma). Estou dormindo acordado, diante da tela que cansa meus olhos de anteontem.
Dentro de cada e-mail cabe um beijo sem explicação.
19.6.05
18.6.05
Enigmático
No meu bolso eu trago um beijo que é pra jogar nas flores do caminho. Os adeuses ficam. Os prassempres são como as manhãs que levantam vôo na neblina. No meu outro bolso eu trago nada, aquele que não perde a oportunidade de rir de mim. Pramim.
Meus tênis estão furados, parecem um buraco gigante com vazio por dentro.
Meus tênis são, cada vez mais, o retrato de meu coração. 3x4.
Meus tênis estão furados, parecem um buraco gigante com vazio por dentro.
Meus tênis são, cada vez mais, o retrato de meu coração. 3x4.
17.6.05
Ser o resto
Não é de todo mal ser o resto, enquanto há pessoas que não passam de parede.
Ser o resto é o real. O relativo.
Aliás, quem é que vai correr agora?
Ser o resto é o real. O relativo.
Aliás, quem é que vai correr agora?
13.6.05
12.6.05
9.6.05
Cronopolitano uma ova!
Quando eu crescer (ou for corajoso o suficiente) vou mudar o nome disto aqui. Vai ser
Bem melhor, bem melhor...
Cairós-politano, ou Cairopolitano
Bem melhor, bem melhor...
8.6.05
Auto-contemporização
Evisto o que nem asabo. Estrelisas, melhadas, miúras. Acabre, cos, tintrapra lhomesca alimanade. Cova, cova! Asul... Sebro... I sebro aboca piuta ámaco.
I believe in love
Aquela música dos Beatles na cabeça All You Need is Love. Mas eu cantando I believe in love mesmo, como um mantra em que eu quero acreditar.
6.6.05
Vontade de explodir
Não preza os prazos a vontade que tenho de virar uma bomba-relógio. Lógico. Não abre a cabeça, não abre a barriga d´água. Não chora mais. Prazos, preces, prisões, problemas, pruuuum!
3.6.05
Criar nova postagem
E, depois, correr pro banheiro-escovadedentes-águanorosto-chuáchuá-vaso-descarga-águadenovo-toalha-quarto-trecos-carteira-celular-chave-capacete-opatemtambémocontroleremotodoportão-moto-trabalho. Ih! Hoje vou a pé.
Alucinado
Feito Luzia que luciluz eu me alimento de luz. Mentira.
Feito Luzia que luciluz eu prefiro mesmo é carne vermelha. Vou almoçar.
Feito Luzia que luciluz eu prefiro mesmo é carne vermelha. Vou almoçar.
Espero que não
Por que?
Persigo as respostas. Cada vez mais distantes. Todos me enchem de perguntas.
Este post está bobinho,
Claro que não dá. Não consigo, não me sou.
Olho pra dentro.
Só uma interrogação pulsando. Seu formato assimétrico de difícil deglutição. O ponto entalado na garganta. Sentimentos rasos.
Olho pra fora.
Todos me fazem a mesma pergunta. A mesma pergunta que eu me faço todo dia. E agora? Como responder sem ferir? Quem vai me emprestar um bandeide?
Persigo as respostas. Cada vez mais distantes. Todos me enchem de perguntas.
Este post está bobinho,
vou tentar começar de novo!
Claro que não dá. Não consigo, não me sou.
Olho pra dentro.
Só uma interrogação pulsando. Seu formato assimétrico de difícil deglutição. O ponto entalado na garganta. Sentimentos rasos.
Olho pra fora.
Todos me fazem a mesma pergunta. A mesma pergunta que eu me faço todo dia. E agora? Como responder sem ferir? Quem vai me emprestar um bandeide?
2.6.05
Relógios, temperamentais
O sinal é verde quando todos pensam vermelhar. Ver melhor. O mundo sofre de daltonismo, ou melhor, de jornalismo. Eu curso. Em curso. Discurso.
Cada relógio tem o seu juízo.
Cada relógio tem o seu juízo.
Bata, s.f.
Estranhos olhares consumindo linhas. Vontade de ser uma camiseta, uma túnica, uma veste rasgada.
Vontade de ser um trapo, apenas.
Vontade de ser um trapo, apenas.
1.6.05
Imagens
A luz amarela, a lua amarela, ali amarela, borboleta amarela.
Eu, azul que nem o reflexo da televisão.
Na parede a lua sumindo e o sol saindo.
Na parede, não, mas no buraco da parede. Buraco que ontem foi tiro e anteontem foi pedreiro tapando outro buraco que antes de anteontem foi outro tiro.
Prefiro um blog, um pênalti perdido, uma ovelha desgarrada.
O sim branco, o som branco, o sem branco. São brancos.
Outro seriado.
Alter ego.
Eu, azul que nem o reflexo da televisão.
No chão, as mentes estateladas.
Na parede a lua sumindo e o sol saindo.
Na parede, não, mas no buraco da parede. Buraco que ontem foi tiro e anteontem foi pedreiro tapando outro buraco que antes de anteontem foi outro tiro.
No presídio, sempre quadrado.
Prefiro um blog, um pênalti perdido, uma ovelha desgarrada.
O sim branco, o som branco, o sem branco. São brancos.
Outro seriado.
Alter ego.
Recipe
Clicar em criar
Claquete
Colocar cada claque em seu lugar
Clarear o clima
Clubificar
Calibrar os colóquios
Cumprir.
Cloaca.
Claquete
Colocar cada claque em seu lugar
Clarear o clima
Clubificar
Calibrar os colóquios
Cumprir.
Cloaca.
Em frangalhos
Meu coração é um e-mail que não foi respondido. Custa a desaparecer e está empapado cá dentro. Vem a faca, desfere um cortezinho. Vem outra faca, maior, e reparte ao meio.
Tá, meu coração não tem nada a ver com um e-mail que não foi respondido. Agora já está em pedacinhos, e muito sangue jorrando em volta. Em volta não, porque fica incoerente(?); o sangue na verdade jorra de dentro dos pedacinhos mesmo. É, tem um pedaço da aorta também e de outras coisas que eu aprendi na escola mas não me lembro mais.
Aí vem um louco barbudo e distribui os pedacinhos. E todos olham estupefatos.
Eu já era.
Tá, meu coração não tem nada a ver com um e-mail que não foi respondido. Agora já está em pedacinhos, e muito sangue jorrando em volta. Em volta não, porque fica incoerente(?); o sangue na verdade jorra de dentro dos pedacinhos mesmo. É, tem um pedaço da aorta também e de outras coisas que eu aprendi na escola mas não me lembro mais.
Aí vem um louco barbudo e distribui os pedacinhos. E todos olham estupefatos.
Eu já era.
Hígido
Na égide que convém, tento dormir o repouso dos anjos absolutos. Mas as garrafas já se quebraram e agora é vodca barata pra tudo que é lado.
- Sic.
- Sic.
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