31.3.10
3. Reformulação - O "InVerso" - InForma
Ed ora, andiamo a mangiare: o macarrão é, sem dúvida, a parte mais suculenta e nutritiva de InVerso. Macarrão, no jargão jornalístico, é aquela folha que fica solta no jornal, quando o número de suas páginas não é múltiplo de quatro. Em revista nunca há macarrão – mas alguém aqui está preocupado em manter a normalidade? Obrigado pelo “não” gordo e sonoro.
30.3.10
3. Reformulação - O "InVerso" - InForma
Depois dessa leve digressão, voltemos às “Páginas Amarelas” (verdes). Só ao virar a folha o leitor se dará conta de que o entrevistado é ele mesmo, famosinho-da-silva, lindamente emoldurado num espelho simbólico (simbolizado simbolicamente por retângulos de papel laminado, R$ 0,45 a folha – mas a gente nem usou uma folha inteira!). Esta idéia estapafúrdia brotou em virtude de uma inquietação dos jornali(ri)stas (ir)responsáveis pelo projeto: toda essa onda pós-pós-moderna de interatividade é falsa e, ademais, Adenil, não faz com que o leitor reflita sobre si mesmo. (Reflexão, reflexo, espelho... sacou a jogada?). As perguntas, poeticamente formuladas, certamente farão com que o entrevistado pense em coisas nunca dantes por ele pensadas. Como um choque, um tapa, um cutucão, um balde de água quente das termas mineiras...
29.3.10
Para começar a semana
“Os inimigos dos livros são principalmente os homens, que os queimam, os censuram, os prendem em bibliotecas inacessíveis e condenam seus autores à morte. A internet ensina os jovens a ler, e serve para vender incontáveis livros.”
Umberto Eco (1932- )
3. Reformulação - O "InVerso" - InForma
Fotografar o Nada não foi nada fácil. Fisicamente, ele é a ausência do Tudo, seu inencontrável par. O Tudo, como fica fácil inferir, é branco – mas isto não é nenhuma piadinha politicamente incorreta; é tudo culpa de Sir Newton e seu disco-gay (tá bom, tá bom! essa foi politicamente incorreta – favor encaminhar os dois processos para o Newton!).
28.3.10
3. Reformulação - O "InVerso" - InForma
Em nosso produto à mostra, a primeira “Página Amarela” (verde) cria um suspense em relação à identidade do entrevistado. Quem será ele? Nela, não há fotos do entrevistado, mas há uma do Nada fazendo nada (retângulo preto 18 cm x 12,5 cm). Por que? Bem, tudo indica que, durante a entrevista, o sujeito entrevistado fez alguma declaração a respeito do nada. Apenas quisemos dar uma chance para que ele aparecesse, tão sumidinho que é.
27.3.10
Porque hoje é sábado
Trem de ferro
Café com pão
Café com pão
Café com pão
Virgem Maria, que foi isto maquinista?
Agora sim
Café com pão
Agora sim
Café com pão
Voa, fumaça
Corre, cerca
Ai seu foguista
Bota fogo
Na fornalha
Que eu preciso
Muita força
Muita força
Muita força
Oô..
Foge, bicho
Foge, povo
Passa ponte
Passa poste
Passa pato
Passa boi
Passa boiada
Passa galho
De ingazeira
Debruçada
Que vontade
De cantar!
Oô...
Quando me prendero
No canaviá
Cada pé de cana
Era um oficia
Ôo...
Menina bonita
Do vestido verde
Me dá tua boca
Pra matá minha sede
Ôo...
Vou mimbora vou mimbora
Não gosto daqui
Nasci no sertão
Sou de Ouricuri
Ôo...
Vou depressa
Vou correndo
Vou na toda
Que só levo
Pouca gente
Pouca gente
Pouca gente...
(Manuel Bandeira)
Café com pão
Café com pão
Café com pão
Virgem Maria, que foi isto maquinista?
Agora sim
Café com pão
Agora sim
Café com pão
Voa, fumaça
Corre, cerca
Ai seu foguista
Bota fogo
Na fornalha
Que eu preciso
Muita força
Muita força
Muita força
Oô..
Foge, bicho
Foge, povo
Passa ponte
Passa poste
Passa pato
Passa boi
Passa boiada
Passa galho
De ingazeira
Debruçada
Que vontade
De cantar!
Oô...
Quando me prendero
No canaviá
Cada pé de cana
Era um oficia
Ôo...
Menina bonita
Do vestido verde
Me dá tua boca
Pra matá minha sede
Ôo...
Vou mimbora vou mimbora
Não gosto daqui
Nasci no sertão
Sou de Ouricuri
Ôo...
Vou depressa
Vou correndo
Vou na toda
Que só levo
Pouca gente
Pouca gente
Pouca gente...
(Manuel Bandeira)
3. Reformulação - O "InVerso" - InForma
Ao escolher este nome, situamos o leitor: ele compreende, imediatamente, inteligente e cult que é, que se trata de uma entrevista. Só que nossas páginas amarelas são verdes. Quebra de estereótipo, né? Elas só amadurecerão quando o leitor agricultor de idéias interagir com elas, completá-las.
26.3.10
3. Reformulação - O "InVerso" - InForma
Intertextualidade. Diálogo. InVerso não é uma ilha cercada de um Mar Morto por todos os lados. “Páginas Amarelas” é o título da seção de entrevistas da revista semanal Veja. E da nossa também.
25.3.10
3. Reformulação - O "InVerso" - InForma
Dica do dia: você nunca conseguirá ler adequadamente os textos impressos nas páginas transparentes sem uma folha branca por baixo. Serve o embrulho do seu pão.
24.3.10
3. Reformulação - O "InVerso" - InForma
Editorial e expediente foram impressos, no produto amostra, em folha transparente. Transparente como nós nos propomos ser. Não porque propagaremos a verdade, somente a verdade, nada além da verdade, doa a quem doer, jurando sobre a Bíblia, amém. Mas porque assumimos de forma explícita que não há verdades absolutas, e sim recortes de real que serviremos ao leitor pra que ele escolha a gravura que melhor caiba em seu quebra-cabeça.
23.3.10
3. Reformulação - O "InVerso" - InForma
Forma – fôrma? Tsc, tsc. Forma – formação. Forma – informação. O suporte de InVerso sugere temas, afirma, complementa. Também ele deve ser lido, interpretado.
22.3.10
Para começar a semana
“A poesia sempre me pareceu um mistério, você não sabe dizer o que é, ela acontece ou não acontece.”
Hilda de Almeida Prado Hilst (1930-2004)
3. Reformulação - O "InVerso" - "InVerso" virada do avesso
No índice, apenas uma prévia das matérias. Nada de indicar onde elas se encontram – assim, o leitor folheará toda a revista, parando aqui e ali para absorver o que o atrai, traindo o seu intento de ir diretamente a alguma matéria específica.
21.3.10
3. Reformulação - O "InVerso" - "InVerso" virada do avesso
InVerso não possui referências temporais. O espaço reservado à data apresenta textos que levam ao questionamento da organização espaço-temporal (por exemplo, o texto do produto à mostra: “Aqui, dia-hoje de mês-hoje de ano-hoje”). Além disso, o objetivo é fugir da pontualidade factual, conferindo aos assuntos abordados a perenidade literária. Da mesma forma, o preço da revista e sua numeração não são explicitados. As páginas são numeradas com frases que se assemelham a adivinhações: palavras que remetem ao numeral, ainda que remotamente, e adquirem assim significado mais amplo. Afinal, entre o conteúdo da página e sua numeração lúdica e lúcida (ilúcida) são tecidas relações texto-significado.
20.3.10
Porque hoje é sábado
Mundo Pequeno
I
O mundo meu é pequeno, Senhor.
Tem um rio e um pouco de árvores.
Nossa casa foi feita de costas para o rio.
Formigas recortam roseiras da avó.
Nos fundos do quintal há um menino e suas latas
maravilhosas.
Todas as coisas deste lugar já estão comprometidas
com aves.
Aqui, se o horizonte enrubesce um pouco, os
besouros pensam que estão no incêndio.
Quando o rio está começando um peixe,
Ele me coisa
Ele me rã
Ele me árvore.
De tarde um velho tocará sua flauta para inverter
os ocasos.
II
Conheço de palma os dementes de rio.
Fui amigo do Bugre Felisdônio, de Ignácio Rayzama
e de Rogaciano.
Todos catavam pregos na beira do rio para enfiar
no horizonte.
Um dia encontrei Felisdônio comendo papel nas ruas
de Corumbá.
Me disse que as coisas que não existem são mais
bonitas.
IV
Caçador, nos barrancos, de rãs entardecidas,
Sombra-Boa entardece. Caminha sobre estratos
de um mar extinto. Caminha sobre as conchas
dos caracóis da terra. Certa vez encontrou uma
voz sem boca. Era uma voz pequena e azul. Não
tinha boca mesmo. "Sonora voz de uma concha",
ele disse. Sombra-Boa ainda ouve nestes lugares
conversamentos de gaivotas. E passam navios
caranguejeiros por ele, carregados de lodo.
Sombra-Boa tem hora que entra em pura
decomposição lírica: "Aromas de tomilhos dementam
cigarras." Conversava em Guató, em Português, e em
Pássaro.
Me disse em Língua-pássaro: "Anhumas premunem
mulheres grávidas, 3 dias antes do inturgescer".
Sombra-Boa ainda fala de suas descobertas:
"Borboletas de franjas amarelas são fascinadas
por dejectos." Foi sempre um ente abençoado a
garças. Nascera engrandecido de nadezas.
VI
Descobri aos 13 anos que o que me dava prazer nas
leituras não era a beleza das frases, mas a doença
delas.
Comuniquei ao Padre Ezequiel, um meu Preceptor,
esse gosto esquisito.
Eu pensava que fosse um sujeito escaleno.
- Gostar de fazer defeitos na frase é muito saudável,
o Padre me disse.
Ele fez um limpamento em meus receios.
O Padre falou ainda: Manoel, isso não é doença,
pode muito que você carregue para o resto da vida
um certo gosto por nadas...
E se riu.
Você não é de bugre? - ele continuou.
Que sim, eu respondi.
Veja que bugre só pega por desvios, não anda em
estradas -
Pois é nos desvios que encontra as melhores surpresas
e os ariticuns maduros.
Há que apenas saber errar bem o seu idioma.
Esse Padre Ezequiel foi o meu primeiro professor de
gramática.
VI
Toda vez que encontro uma parede
ela me entrega às suas lesmas.
Não sei se isso é uma repetição de mim ou das
lesmas.
Não sei se isso é uma repetição das paredes ou
de mim.
Estarei incluído nas lesmas ou nas paredes?
Parece que lesma só é uma divulgação de mim.
Penso que dentro de minha casca
não tem um bicho:
Tem um silêncio feroz.
Estico a timidez da minha lesma até gozar na pedra.
(Manoel de Barros)
I
O mundo meu é pequeno, Senhor.
Tem um rio e um pouco de árvores.
Nossa casa foi feita de costas para o rio.
Formigas recortam roseiras da avó.
Nos fundos do quintal há um menino e suas latas
maravilhosas.
Todas as coisas deste lugar já estão comprometidas
com aves.
Aqui, se o horizonte enrubesce um pouco, os
besouros pensam que estão no incêndio.
Quando o rio está começando um peixe,
Ele me coisa
Ele me rã
Ele me árvore.
De tarde um velho tocará sua flauta para inverter
os ocasos.
II
Conheço de palma os dementes de rio.
Fui amigo do Bugre Felisdônio, de Ignácio Rayzama
e de Rogaciano.
Todos catavam pregos na beira do rio para enfiar
no horizonte.
Um dia encontrei Felisdônio comendo papel nas ruas
de Corumbá.
Me disse que as coisas que não existem são mais
bonitas.
IV
Caçador, nos barrancos, de rãs entardecidas,
Sombra-Boa entardece. Caminha sobre estratos
de um mar extinto. Caminha sobre as conchas
dos caracóis da terra. Certa vez encontrou uma
voz sem boca. Era uma voz pequena e azul. Não
tinha boca mesmo. "Sonora voz de uma concha",
ele disse. Sombra-Boa ainda ouve nestes lugares
conversamentos de gaivotas. E passam navios
caranguejeiros por ele, carregados de lodo.
Sombra-Boa tem hora que entra em pura
decomposição lírica: "Aromas de tomilhos dementam
cigarras." Conversava em Guató, em Português, e em
Pássaro.
Me disse em Língua-pássaro: "Anhumas premunem
mulheres grávidas, 3 dias antes do inturgescer".
Sombra-Boa ainda fala de suas descobertas:
"Borboletas de franjas amarelas são fascinadas
por dejectos." Foi sempre um ente abençoado a
garças. Nascera engrandecido de nadezas.
VI
Descobri aos 13 anos que o que me dava prazer nas
leituras não era a beleza das frases, mas a doença
delas.
Comuniquei ao Padre Ezequiel, um meu Preceptor,
esse gosto esquisito.
Eu pensava que fosse um sujeito escaleno.
- Gostar de fazer defeitos na frase é muito saudável,
o Padre me disse.
Ele fez um limpamento em meus receios.
O Padre falou ainda: Manoel, isso não é doença,
pode muito que você carregue para o resto da vida
um certo gosto por nadas...
E se riu.
Você não é de bugre? - ele continuou.
Que sim, eu respondi.
Veja que bugre só pega por desvios, não anda em
estradas -
Pois é nos desvios que encontra as melhores surpresas
e os ariticuns maduros.
Há que apenas saber errar bem o seu idioma.
Esse Padre Ezequiel foi o meu primeiro professor de
gramática.
VI
Toda vez que encontro uma parede
ela me entrega às suas lesmas.
Não sei se isso é uma repetição de mim ou das
lesmas.
Não sei se isso é uma repetição das paredes ou
de mim.
Estarei incluído nas lesmas ou nas paredes?
Parece que lesma só é uma divulgação de mim.
Penso que dentro de minha casca
não tem um bicho:
Tem um silêncio feroz.
Estico a timidez da minha lesma até gozar na pedra.
(Manoel de Barros)
3. Reformulação - O "InVerso" - "InVerso" virada do avesso
Ah, claro: o mascote da capa não é o único. InVerso conta com outros três caranguejos, que se encontram espalhados, como o da capa, páginas adentro. Sua função é conferir unidade ao produto, através do princípio da repetição. O mesmo efeito é obtido com a utilização de barrinhas cinza-escritório-de-funcionário-público (Black 50%) em títulos e subtítulos e em algumas seções específicas da revista. A barrinha também serve de base para o alinhamento das fontes e demais elementos da página. Infelizmente, entretanto, a barrinha não é comestível como as de chocolate e de cereal. Ao menos por enquanto.
22. Quanto custa um recomeço?
Estridente mas intrépido, o voo tropeçou e caiu. Abrupto. Prático. Absolutamente tétrico. Nem trafegou muito de cima até aqui. Triste, caiu.
- Quanto custa um recomeço?
- Certas coisas não têm preço.
- Mesmo se eu apreciar bastante?
- O quanto basta o seu bastante?
- Do tamanho de um infinito... Um infinitinho, mas um infinito.
- Quanto custa um recomeço? Eu mereço só o que peço.
Através do outro tropeço, o voou caiu de novo. Atarantado que nem um pandemônio. Esquisito, escorregadio, esquálido, ex-funcionário.
- Quanto custa um recomeço?
- Está na tabela o justo preço.
- Quanto custa um recomeço?
- Certas coisas não têm preço.
- Mesmo se eu apreciar bastante?
- O quanto basta o seu bastante?
- Do tamanho de um infinito... Um infinitinho, mas um infinito.
- Quanto custa um recomeço? Eu mereço só o que peço.
Através do outro tropeço, o voou caiu de novo. Atarantado que nem um pandemônio. Esquisito, escorregadio, esquálido, ex-funcionário.
- Quanto custa um recomeço?
- Está na tabela o justo preço.
19.3.10
18.3.10
17.3.10
16.3.10
Panaceia
Sofrimentos não podem ser consumidos sem muito remoer. São nós, indesatáveis, complexos, entreabertos por dois sorrisos que de repente choram inexplicavelmente.
Primeiro vem a dor incontestável. Seguida de lágrimas secas, dessas que muito custam a molhar, escorregar, chorar.
Depois, a saudade enorme de ser a antítese, o oximoro, a inverdade inventada só para regar sentimentos.
Então os versos mais infantis são lembrados. Bem aqueles em que já não há crença nem consequência. Os idiotas, por assim dizer -- se é que se pode ousar os definir tão simploriamente.
Por último, o adeus parece absoluto.
Primeiro vem a dor incontestável. Seguida de lágrimas secas, dessas que muito custam a molhar, escorregar, chorar.
Depois, a saudade enorme de ser a antítese, o oximoro, a inverdade inventada só para regar sentimentos.
Então os versos mais infantis são lembrados. Bem aqueles em que já não há crença nem consequência. Os idiotas, por assim dizer -- se é que se pode ousar os definir tão simploriamente.
Por último, o adeus parece absoluto.
15.3.10
A forma e a formiga
Era apenas uma formiga que se escorregava
-- não cabia em sonho, nem em tédio, nem no chão --
de tal forma inconstante que se perdia.
Dentro dela, as aspirações mais loucas
e o ácido fórmico.
Então veio o formicida.
-- não cabia em sonho, nem em tédio, nem no chão --
de tal forma inconstante que se perdia.
Dentro dela, as aspirações mais loucas
e o ácido fórmico.
Então veio o formicida.
14.3.10
13.3.10
Porque hoje é sábado
A namorada
Havia um muro alto entre nossas casas.
Difícil de mandar recado para ela.
Não havia e-mail.
O pai era uma onça.
A gente amarrava o bilhete numa pedra presa por
um cordão
E pinchava a pedra no quintal da casa dela.
Se a namorada respondesse pela mesma pedra
Era uma glória!
Mas por vezes o bilhete enganchava nos galhos da goiabeira
E então era agonia.
No tempo do onça era assim.
(Manoel de Barros)
Havia um muro alto entre nossas casas.
Difícil de mandar recado para ela.
Não havia e-mail.
O pai era uma onça.
A gente amarrava o bilhete numa pedra presa por
um cordão
E pinchava a pedra no quintal da casa dela.
Se a namorada respondesse pela mesma pedra
Era uma glória!
Mas por vezes o bilhete enganchava nos galhos da goiabeira
E então era agonia.
No tempo do onça era assim.
(Manoel de Barros)
12.3.10
11.3.10
Instante da estante
MORAES, Ana Carolina Carvalho Dias de; PELLEGRINI, Carla Sgobbi; PORTELLA, Julia Figueiredo. Um balão na Terra. São Paulo: Viva e Deixe Viver, 2006.
10.3.10
9.3.10
8.3.10
Para começar a semana
"Se você tem o dinheiro para comprar esse livro, compra, porque o dinheiro volta, mas esse livro pode não voltar."
José Ephim Mindlin (1914-2010)
7.3.10
6.3.10
Porque hoje é sábado
Besouro da morte
Quando se ouve o besouro da morte a maldição acontece.
A maldição acaba conosco e nos leva aos sete palmos de terra.
Isso a gente nunca aprende na escola.
Continuemos com os feitiços.
Sempre se pode achar alguém mais adequado
e ele terá um olho verde e um azul.
Pensei que não quisesse desistir.
E se não ser normal denota-se a virtude,
aonde se pode ir?
Sempre será tarde...
Um marido que nunca se pode deixar de beijar.
E eles se amam.
Como se pode pegar alguma coisa?
Não faz isso comigo, não!
As laranjas foram jogadas pra longe
e morre-se por ser amado demais
Querer de volta?
E mesmo que voltasse
não seria mais ele...
Seria de outra natureza.
Estaria no meu sangue.
Como estou no teu.
(Edison da Cruz Salaki)
Quando se ouve o besouro da morte a maldição acontece.
A maldição acaba conosco e nos leva aos sete palmos de terra.
Isso a gente nunca aprende na escola.
Continuemos com os feitiços.
Sempre se pode achar alguém mais adequado
e ele terá um olho verde e um azul.
Pensei que não quisesse desistir.
E se não ser normal denota-se a virtude,
aonde se pode ir?
Sempre será tarde...
Um marido que nunca se pode deixar de beijar.
E eles se amam.
Como se pode pegar alguma coisa?
Não faz isso comigo, não!
As laranjas foram jogadas pra longe
e morre-se por ser amado demais
Querer de volta?
E mesmo que voltasse
não seria mais ele...
Seria de outra natureza.
Estaria no meu sangue.
Como estou no teu.
(Edison da Cruz Salaki)
5.3.10
4.3.10
3.3.10
Poema da resolução
Da força falsa, como em um cadafalso, estou.
Mambembe de bomba na mão.
Atônito de tanto sertão.
Ridículo.
Perdi o traquejo na hora de pontuar,
serestar,
fornicar,
endemoniar os restos desta rota em que
r-a-s-t-e-j-o
com medo.
Muito medo.
Medo:
a) dos dedos de Deus;
b) dos sonhos assanhados;
c) das gentes ingratas que perderam o despertador;
d) de mim, quando não me sou mais.
Hoje decidi interromper meu sono, para sempre.
Porque o mundo é daqueles que espantam.
Mambembe de bomba na mão.
Atônito de tanto sertão.
Ridículo.
Perdi o traquejo na hora de pontuar,
serestar,
fornicar,
endemoniar os restos desta rota em que
r-a-s-t-e-j-o
com medo.
Muito medo.
Medo:
a) dos dedos de Deus;
b) dos sonhos assanhados;
c) das gentes ingratas que perderam o despertador;
d) de mim, quando não me sou mais.
Hoje decidi interromper meu sono, para sempre.
Porque o mundo é daqueles que espantam.
2.3.10
No radinho de pilha
"Só que você foi embora cedo demais
E eu continuo aqui com meu trabalho e meus amigos
E me lembro de você em dias assim"
1.3.10
Para começar a semana
"Quando, depois de anos e anos de procura, encontra-se um livro raro, o coração bate mais forte. Sente-se uma emoção grande, mas não se pode deixar que ela transpareça diante do livreiro."
José Ephim Mindlin (1914-2010)
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