16.11.09

Ok, confesso: sou um colecionador de medos. De todos os tamanhos, formatos, cores. Uns vêm quase natimortos. Outros se demoram a crescer, engordar, matar e, depois, morrer. Nenhum me absolve, ninguém me condena; medos existem para serem vividos.

Em geral, os medos são principalmente injustificáveis. Porque, assim como preconceitos, surgem antes, bem antes, dos problemas existirem de fato. São um prenúncio, uma introdução, um prólogo -- da árvore, a semente; do sexo, a conquista. Por isso, são medos. Pressupõem a possibilidade da perda, do fracasso, do erro.

Queria ter um espantalho de medos. Plantado, imóvel, de braços abertos e cara feia. Dentro de cada narina.

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