25.5.09

Sobre preto e branco

O preto
De dentro
Do beco.

O branco
No canto
Do banco.

Eu, medo.
Eu, manco.

Dentro do beco, no canto do banco, tento, canto
Até voltarem a escorrer os sonhos
Que tanto empresto dos outros
Enquanto espio
Atento
Pela própria fresta
O quanto sofro.

O preto aponta reto. O branco apronta lento.
Minha meta: ser valente.
Um alento: absorver.

O preto olha para o teto. O branco abranda os dentes.
O preto beija, o branco abraça,
O medo afunda.

A princípio, prometo-me.
Mais tarde, esqueço-os.

A noite, a madrugada,
Fotogramas em preto e em branco.
Depois sempre vem o trêmulo contra: a pedra, o atrito, o tropeço, o pranto.

Um comentário:

Sarah Minini disse...

de repente me deu vontade de não escrever nunca mais...

pq isso aq é muito bom.

obrigada.