O Malabarista Atormentado, em seu RG, trazia o nome João Euclides da Silva. Sempre quisera ser ator, antes de acabar malabarista. Atormentado.
- Tropeço em mim, sabe?
Do outro lado, Verinha no Varal não respondia. Estava dependurada na linha, toda entanguida, molhada demais para conseguir pensar em uma resposta no mínimo satisfatória.
- Não tenho paciência, não.
- E por que não se seca, então?
- Porque não me sei equilibrar.
- Duvide do equilíbrio, coisa de renascentista.
- Mas é se tropeçar?
- Trapace.
- Enganando o ar?
- Respirando fundo.
- E se o ar se cansar?
- Não cansa. O ar sobra, sempre. E soçobra.
- Sozinho?
- Assimesmo.
- Ensimesmado?
- Sisolarando.
- Sussa, então.
- Sim.
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