31.8.08
30.8.08
histórias e memórias
quando eu for tempo, deixarei de existir no espaço. porque assim me configuro, em desencontros e enquantos, para o seu espanto e de todos os que o valham-me. cada aprendizado é um tiro.
29.8.08
28.8.08
assimesmado
minipedras e suas grandesperdas amarelas
céu
assim.
quem coleciona alimentos estragados
detantojogarfora.
quem estranha astrônomos histriônicos
detantodesgravitar.
quem assina oceanos que espelham-céu
assim?
céu
assim.
quem coleciona alimentos estragados
detantojogarfora.
quem estranha astrônomos histriônicos
detantodesgravitar.
quem assina oceanos que espelham-céu
assim?
27.8.08
26.8.08
Terça sonora
"Did they get you to trade,
Your heroes for ghosts,
Hot ashes for trees,
Hot air for a cool breeze,
Cold comfort for change?"
25.8.08
Para começar a semana
"Literatura é uma arte, mas é também uma forma de conhecer a vida. É a possibilidade de aumentar os horizontes e de buscar respostas para as grandes questões do homem."
Luiz Antonio de Assis Brasil (1945- )
Luiz Antonio de Assis Brasil (1945- )
24.8.08
22.8.08
21.8.08
Dor de cabeça
O estacionamento. A escola. O apartamento. A estante. O aquário. A cidade. A caixa. O hotel. O armário. A igreja. O show. O sonho. A contramão. O freezer. O banheiro. O restaurante. A cama. A conta. O corredor. O time. O curso. A chuva. As páginas.
A vida.
A vida.
20.8.08
A fazer #3
- Ficções cotidianas;
- Paixões pelo eu-lírico;
- Atrações pelo desconhecido;
- Coleções de vazios;
- Beijos de expectativa.
19.8.08
18.8.08
Si
O silêncio tirou férias. Viajou sei lá para onde. Prometeu mandar um postal ou ligar. Não acredito. O silêncio é um bruta mentiroso. Não acredito.
Para começar a semana
"Meu pai achava que minha vocação literária era um passaporte para o fracasso e que virilidade e literatura não podiam andar juntas."
Jorge Mario Vargas Llosa (1936- )
Jorge Mario Vargas Llosa (1936- )
17.8.08
16.8.08
Tudo lotado
O estacionamento. A escola. O apartamento. A estante. O aquário. A cidade. A caixa. O hotel. O armário. A igreja. O show. O sonho. A contramão. O freezer. O banheiro. O restaurante. A cama. A conta. O corredor. O time. O curso. A chuva. As páginas.
A vida.
A vida.
15.8.08
14.8.08
sobre carros, cores e etcéteras
da janela de casa conto carros
conto casos
conto causos
são pretos são prata
alguns raros brancos
entre um cigarro que apago
e outro que acendo
muitos carros passam
pretos prata brancos
da janela de casa o atraso
compensa o tédio
o marasmo agita o caos
lembro casos
lembro causos
brinco
minha casa é casulo
ao redor carros
carros e carros
os casos e causos
é escrever
pra não esquecer
da janela de casa
cada catorze carros pratas
quatro pretos
um branco.
outro cigarro.
conto casos
conto causos
são pretos são prata
alguns raros brancos
entre um cigarro que apago
e outro que acendo
muitos carros passam
pretos prata brancos
da janela de casa o atraso
compensa o tédio
o marasmo agita o caos
lembro casos
lembro causos
brinco
minha casa é casulo
ao redor carros
carros e carros
os casos e causos
é escrever
pra não esquecer
da janela de casa
cada catorze carros pratas
quatro pretos
um branco.
outro cigarro.
13.8.08
12.8.08
são paulo, meu amor
quando são paulo nasceu
eu era menino e oscar me recebia na barra funda
com suas curvas de mulher
um encantamento
nenhuma decepção
quando são paulo nasceu
o ritmo a fumaça a calçada o trânsito o desejo o tamanho
tudo me agradava
até o sacolejo dos ônibus
até o medo de ser assaltado
ou assassinado
eu era um menino imberbe
e trazia na bagagem de férias uma porção de sonhos
que sei
que nunca
irei
realizar
(portanto, nem os sonho mais)
eu era menino e oscar me recebia na barra funda
com suas curvas de mulher
um encantamento
nenhuma decepção
quando são paulo nasceu
o ritmo a fumaça a calçada o trânsito o desejo o tamanho
tudo me agradava
até o sacolejo dos ônibus
até o medo de ser assaltado
ou assassinado
eu era um menino imberbe
e trazia na bagagem de férias uma porção de sonhos
que sei
que nunca
irei
realizar
(portanto, nem os sonho mais)
11.8.08
10.8.08
8.8.08
4. Nonononononon
O Malabarista Atormentado, em seu RG, trazia o nome João Euclides da Silva. Sempre quisera ser ator, antes de acabar malabarista. Atormentado.
- Tropeço em mim, sabe?
Do outro lado, Verinha no Varal não respondia. Estava dependurada na linha, toda entanguida, molhada demais para conseguir pensar em uma resposta no mínimo satisfatória.
- Não tenho paciência, não.
- E por que não se seca, então?
- Porque não me sei equilibrar.
- Duvide do equilíbrio, coisa de renascentista.
- Mas é se tropeçar?
- Trapace.
- Enganando o ar?
- Respirando fundo.
- E se o ar se cansar?
- Não cansa. O ar sobra, sempre. E soçobra.
- Sozinho?
- Assimesmo.
- Ensimesmado?
- Sisolarando.
- Sussa, então.
- Sim.
- Tropeço em mim, sabe?
Do outro lado, Verinha no Varal não respondia. Estava dependurada na linha, toda entanguida, molhada demais para conseguir pensar em uma resposta no mínimo satisfatória.
- Não tenho paciência, não.
- E por que não se seca, então?
- Porque não me sei equilibrar.
- Duvide do equilíbrio, coisa de renascentista.
- Mas é se tropeçar?
- Trapace.
- Enganando o ar?
- Respirando fundo.
- E se o ar se cansar?
- Não cansa. O ar sobra, sempre. E soçobra.
- Sozinho?
- Assimesmo.
- Ensimesmado?
- Sisolarando.
- Sussa, então.
- Sim.
7.8.08
Instante da estante
ANDRADE, Carlos Drummond de. Moça deitada na grama. Rio de Janeiro: Record, 1987.
6.8.08
5.8.08
Café ruim, idéias boas
Tipo uma tradição. Sem derivas, não há solução. Nem pó, nem beijo, nem sombra. Deus é aquele que mora entre um detalhe e um espantalho, doente de tanto fazer sofrerem os homens. E as mulheres. Alguém aí viu o relógio que perdi?
4.8.08
3.8.08
Sobre verdades indesculpáveis e seus múltiplos sofismas cor-de-abóbora
Trinta e duas horas sem dormir. No outro cômodo, só o resmungo renitente do barbeador elétrico a aparar as arestas do nada. O nada não sabe se barbear. O nada cultiva infinitas barbas, brancas. Por serem infinitas, é óbvio que são grandes o suficiente para a gente se dependurar nelas. Trinta e duas horas sem dormir e, agora, mais alguns minutos. As pálpebras doem. As mãos também doem de tanto computar. LER, a sigla maldita. A vista cansa, a miopia pede calma, a córnea seca, também pela estiagem. O cérebro é o único que funciona sem reclamar. Ou melhor: é o único que ainda reclama pela lerdeza e insolência do resto do corpo. Olho para a cama gelada e percebo que não sou mais bem-vindo nela. A cama cansou-se; não quer mais dormir nela. A cama cansou-se-me; não quero mais dormir em ela. Da janela vejo o céu, o barulho da rua, as torres coloridas piscantes anti-aviões ao longe, as buzinas dos carros distantes de mim, o tédio dos que se jogam do prédio da frente. Da janela vejo o precipício convidativo e, aos poucos, ouso me perguntar: quantos metros medem dezoito andares?
Dali a pouco serão trinta e três horas sem dormir.
Dali a pouco serão trinta e três horas sem dormir.
1.8.08
Assinar:
Postagens (Atom)