SOARES, Wladimir. Spazio Pirandello: assim era, se lhe parece. São Paulo: Jaboticaba, 2007.
31.7.08
30.7.08
29.7.08
28.7.08
Para começar a semana
"À medida que você vai conhecendo a língua, vê um mundo que não está no texto, mas sim no intertexto."
Evanildo Cavalcante Bechara (1928- )
27.7.08
26.7.08
25.7.08
24.7.08
23.7.08
Sem título, sem explicação
Fica a certeza. Precisava ser assim, a partida -- que sempre me faz lembrar o fazer-se em pedaços, partículas, farelos, migalhas -- tinha de ser simultânea. Fica a certeza. Tão certa que é destas que dispensam explicações, justificativas ou ferrugens. Tão sincera que não usa roupas. Tão emocionada que lacrimeja, enquanto guarda as rimas para viver depois.
Quando sentir saudades, procure-me no espelho mais próximo.
Quando sentir saudades, procure-me no espelho mais próximo.
Caconde
Sinto pelo Seu Fabrício. Apesar de (ou por ser) cachaceiro, era gente boa. Mas se a administração predial decidiu mudar da água-que-passarinho-não-bebe para o vinho e entrar nessa de globalização, palmas para a companhia terceirizada.
Não sei por que não estou completamente bem. Também não sei por que acha que entendo isso de viver e de jornalistar. Sou aprendiz em tudo o que faço. Seja ao acariciar uma mulher e sempre redescobrir suas curvas, seja ao preencher mais uma lauda com letrinhas inconformadas. O foda é quando me olho ao espelho e reconheço-me nem metade do homem que eu queria ser. Nem metade. Nem metade.
Mas nao deve ser uma conclusão geral. Penso que elas nem existam.
Não sei por que não estou completamente bem. Também não sei por que acha que entendo isso de viver e de jornalistar. Sou aprendiz em tudo o que faço. Seja ao acariciar uma mulher e sempre redescobrir suas curvas, seja ao preencher mais uma lauda com letrinhas inconformadas. O foda é quando me olho ao espelho e reconheço-me nem metade do homem que eu queria ser. Nem metade. Nem metade.
Mas nao deve ser uma conclusão geral. Penso que elas nem existam.
22.7.08
21.7.08
21 de julho
Os caminhos até você são difíceis, cada vez mais. Sem atalhos, nem algum mapa salvador. Quando eu me encontro, já a perdi. Se a reencontro, sou eu quem não estou. Tipo um riacho com a água escorrendo por entre as pedras, as perdas. Ou um cabisbaixo homem de bíblia debaixo do braço, contando os passos que o separam das ovelhinhas desgraçadas.
- Acorda, menino! Tá delirando?
Sim.
- Acorda, menino! Tá delirando?
Sim.
Hoje
Quando acordei, vi-me transformado em um chafariz. Quebrado. Ao redor, os mendigos vinham procurar água e voltavam de boca seca, salivando nada. A praça toda aos meus pés, como se eu fosse o rei. Um rei morto. Um ditador deposto. Um semideus vilipendiado.
Foi então que um menininho de sete anos incompletos mijou em minha bacia. Quentinho, nojento. Lembrei-me que, além de tudo e mais um pouco, sou um completo perdedor.
Foi então que um menininho de sete anos incompletos mijou em minha bacia. Quentinho, nojento. Lembrei-me que, além de tudo e mais um pouco, sou um completo perdedor.
Para começar a semana
"Sendo este um jornal por excelência, e por excelência dos precisa-se e oferece-se, vou pôr um anúncio em negrito: precisa-se de alguém homem ou mulher que ajude uma pessoa a ficar contente porque esta está tão contente que não pode ficar sozinha com a alegria, e precisa reparti-la. Paga-se extraordinariamente bem: minuto por minuto paga-se com a própria alegria. É urgente pois a alegria dessa pessoa é fugaz como estrelas cadentes, que até parece que só se as viu depois que tombaram; precisa-se urgente antes da noite cair porque a noite é muito perigosa e nenhuma ajuda é possível e fica tarde demais. Essa pessoa que atenda ao anúncio só tem folga depois que passa o horror do domingo que fere. Não faz mal que venha uma pessoa triste porque a alegria que se dá é tão grande que se tem que a repartir antes que se transforme em drama. Implora-se também que venha, implora-se com a humildade da alegria-sem-motivo. Em troca oferece-se também uma casa com todas as luzes acesas como numa festa de bailarinos. Dá-se o direito de dispor da copa e da cozinha, e da sala de estar.
P.S. Não se precisa de prática. E se pede desculpa por estar num anúncio a dilacerar os outros. Mas juro que há em meu rosto sério uma alegria até mesmo divina para dar."
P.S. Não se precisa de prática. E se pede desculpa por estar num anúncio a dilacerar os outros. Mas juro que há em meu rosto sério uma alegria até mesmo divina para dar."
Clarice Lispector (1920-1977)
20.7.08
18.7.08
17.7.08
Misantropia assumida
Assíduo declinador, Edison Costa da Veiga Junior se apresentou em retirada. Do lado de fora, capitaneará a debandada das tropas, assistirá a queda do império nosocômico e, em seguida, correrá contra a enxurrada de infames freqüentadores.
Instante da estante
TOLEDO, Benedito Lima de. Frei Galvão: arquiteto. Cotia: Ateliê Editorial, 2007.
(Mais aqui)
16.7.08
Café amargo -- viagens próprias
Li lá, gostei pacas. Preciso lhe confessar os devaneios a que fui acometido durante. Que a moça, dita loura bela, era filha da grávida daquela série dos primórdios de seu blog. Não dá liga?
Para complicar ainda mais a história, o sujeito semidesnudo não seria o pai verdadeiro dela, mas sim o que surge na vida da grávida. Talvez embole, talvez role.
O importante é que o conto, por si só, ficou jóia. Hoje gostei. Agora vou voltar a ler o livro que me emprestou -- ainda mal o comecei.
Para complicar ainda mais a história, o sujeito semidesnudo não seria o pai verdadeiro dela, mas sim o que surge na vida da grávida. Talvez embole, talvez role.
O importante é que o conto, por si só, ficou jóia. Hoje gostei. Agora vou voltar a ler o livro que me emprestou -- ainda mal o comecei.
15.7.08
*
Chorar a falta, necessidades.
Tudo o que eu preciso é de uma cama.
Com novo lençol.
Amenidades.
Por que não a encontro nas interrogações?
Nas dobras? Nas perdas? Nas lágrimas?
É triste.
Tudo o que eu preciso é de uma cama.
Com novo lençol.
Amenidades.
Por que não a encontro nas interrogações?
Nas dobras? Nas perdas? Nas lágrimas?
É triste.
14.7.08
13.7.08
12.7.08
To be
Há quem leio e já me imagina detrás do texto. Como Jeremias, aquele personagem de mil posts atrás, que nem lembro mais se matei ou se perambula sonâmbulo pelas lacunas cerebrais públicas. Há quem não gosto. E quem coleciono. Dentre todos, talvez, lá dentro, também haja um ser humano. Que só queira ser humano.
11.7.08
Anotações mentais de uma manhã solitária
A vida na tela de um computador. A janela, um papel de parede. A parede, uma janela. A vida que era para ter sido e que não foi. Letrinhas digitadas, nenhum rabisco. O alfabeto no Word. A confusão no mundo. A vida na tela de um computador. Meu computador. Cada vez menos meu, cada vez mais portátil.
Na tela de um computador, a vida. Cada vez mais portátil, cada vez menos minha.
Na tela de um computador, a vida. Cada vez mais portátil, cada vez menos minha.
10.7.08
Instante da estante
ALMEIDA, Manoel A. de. Memórias de um sargento de milícias. São Paulo: Klick Editora, 1997.
9.7.08
O colecionador de saudades
Sou um colecionador de saudades. Mas não guardo retratos, nem lembranças, relíquias ou beijos. Não cultivo lágrimas. Não persigo reencontros, telefonemas, cartas, e-mails. Não fujo da ausência.
Acho que sou mesmo um colecionador de saudades. À moda antiga.
Acho que sou mesmo um colecionador de saudades. À moda antiga.
8.7.08
Terça sonora
"And when the broken hearted people
Living in the world agree,
There will be an answer, let it be"
7.7.08
6.7.08
4.7.08
3.7.08
Instante da estante
KAJURU, Jorge. Condenado a falar. Ribeirão Preto: São Francisco Gráfica e Editora, 2008.
2.7.08
(antigo) poema pra fazer você dormir
Quero um poema macio
quase vazio
pra te embalar no frio
desta solidão de verão
e fazer você dormir
Quero um poema eterno
quase terno
pra te embalar no inferno
desta vida sofrida
e fazer você dormir
E você dormindo é tão linda!
Assim despreocupada na sutileza do cetim...
quase um oceano sem fim no lençol!
O corpo esparramado é só alma
e mais nada!
O sonho parece um ano de calma
e não carece mais planos:
O amanhã então não te preocupa!
quase vazio
pra te embalar no frio
desta solidão de verão
e fazer você dormir
Quero um poema eterno
quase terno
pra te embalar no inferno
desta vida sofrida
e fazer você dormir
E você dormindo é tão linda!
Assim despreocupada na sutileza do cetim...
quase um oceano sem fim no lençol!
O corpo esparramado é só alma
e mais nada!
O sonho parece um ano de calma
e não carece mais planos:
O amanhã então não te preocupa!
1.7.08
Terça sonora
"Quando eu vou cantar, você não deixa
E sempre vêm a mesma queixa
Diz que eu desafino, que eu não sei cantar"
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