31.8.10

Necrológio

Não fossem estas poucas linhas -- concedidas como cortesia por O Jornal --, Fulano de Tal jamais veria seu nome impresso. Sua vida foi toda de insignificâncias: quando criança era um menino normal, jamais tendo ganho nenhum campeonato escolar de futebol ou sido mencionado com deferência em qualquer meio de notório saber; adolescente, jamais namorou moça bonita e nunca soube tecer versos livres; na adulteza, virou funcionário público, de cotidiano burocrático e previsível. Não se casou, não teve filhos, não construiu legado algum para deixar ao mundo. Dia 31, aos 92 anos.

Nenhum comentário: