Hello, I'm a loser. Loser. LOSER. I said L-O-S-E-R. I've been a human being for donkey's year. It's high time to become someone else better, or even better, something better. My lost years started very early, since I was a little boy. Do you know that strange tree in the corner of the main street of our neighborhood? That one, in which everybody uses to scratch the bark, without pity, without punishment? That one - look: go straight on until you reach the main street, walk 100 meters and Bob's your uncle - you are there! So, I remember perfectly: once upon a time, when I was a little boy, at the age of 8 or 9 years old (it slipped off my mind), this tree started chewing the cat and, after catching my attention, told me a terrible story about creepy doctors in fatal surgeries. I gave it the cats arse, but it didn't work as I thought: the tree became bigger and bigger and bigger… So I did a runner. However, I noticed that the strange tree was a bit hairy at its heels - considering, of course, that a tree could have heels. It doesn't matter, trust me. I ask for your attention: trust me, I'm not all mouth and no trousers and my speech didn't fall off the back of a lorry. Although, I must admit: at this point, I've got enough alcohol in my blood to cobble dogs with. But let me tell you more about the strange tree. Green, ok. But not so solid as we expect from a tree. This one is more gelatinous, gooey and smelt bad. Imagine a dirty latrine, which has never been cleansed. You can realize what I'm saying. Shit, piss, fuck - pardon my French. When this tree told me the horrible story about those creepy doctors, wow, a cat got my tongue. I have become a voiceless dumb until today. Mute for 40 years! Wordless. Unsounded. Toneless. Speechless. And dumb dumb dumb dumb. Loser. Losing my entire life. During this time, I used to have a one-track mind: kill this strange tree - and, afterwards, find out where the creepy doctors live, if they are still alive, of course.
But yesterday, 40 years from that fateful day, I woke up in the morning - that could be mourning, that would be mourning - and saw a couple of pigs flying. So, as my history has more holes in it than Swiss cheese, I decided to start to talk, again. And saw the strange tree.
When I was about to do that, however, I did a Devon Loch, dying from a heart attack.
6.5.15
31.10.12
20.9.12
Futuro?
Ninguém mais liga para
bomba atômica
teletransporte
foguetes para a lua.
O futuro não veio,
não chegou.
Ninguém mais se importa com
reforma agrária
controle populacional
fim da inflação.
O futuro ficou
nos livros velhos,
nas revistas amareladas,
nos almanaques do passado.
Ninguém mais se preocupa
com androides
nem robôs
nem comigo.
O futuro não veio,
não chegou.
Ou pior:
chegou
viu
riu
arrependeu-se
e voltou embora para nunca mais.
bomba atômica
teletransporte
foguetes para a lua.
O futuro não veio,
não chegou.
Ninguém mais se importa com
reforma agrária
controle populacional
fim da inflação.
O futuro ficou
nos livros velhos,
nas revistas amareladas,
nos almanaques do passado.
Ninguém mais se preocupa
com androides
nem robôs
nem comigo.
O futuro não veio,
não chegou.
Ou pior:
chegou
viu
riu
arrependeu-se
e voltou embora para nunca mais.
8.8.12
poeminha do instante
De repente a moça não estava aqui
Não estava mais
Porque estava onde o chique,
o hit,
o hype era ser
Pseudo-entediada.
De repente a moça não era ali
Não era mais
Porque era o que jamais se imaginara,
o improvável,
o absoluto estar
Pseudo-entediada.
De repente a moça não sabia o quê
Não sabia mais
Porque saber já não tinha o porquê,
o desdém,
o desejo de ficar
Pseudo-entediada.
10.7.12
Oração
Não há segredo. Nem tudo o que agrada, agride. Nem tudo o que degrada, estraga.
O que secreta, entretanto, atiça, maltrata de bem, solapa o que deseja, seja, beija.
Amém.
2.5.12
Aqui, lá, aquilo lá
Odeio aqui. Quero lá.
Sobre abraços, sobrados, cadernos e arames:
- Quero-quero.
Odeio aqui. Quero lá. Outro mundo, outras cabeças, outros planos para o dia de ontem. Porque o amanhã, meus caros, já era.
7.2.12
spot
já não sei mais qual é a linha
se emaranhada
ou se arrebem
tou
se tem pipa na ponta
ou se limpa os dentes
por entre os vãos dos
dem
tes
se é linha fina ou adunca
se é corda bamba ou
frouxa
nunca
se emaranhada
ou se arrebem
tou
se tem pipa na ponta
ou se limpa os dentes
por entre os vãos dos
dem
tes
se é linha fina ou adunca
se é corda bamba ou
frouxa
nunca
9.12.11
8.12.11
7.12.11
6.12.11
9.11.11
Falou e disse
E tem expressões bonitas, como a do sujeito que, pode erguê, dizia:
- Tô zarpano.
E vazô na braquiária, feito curisco. Foi um forfé. Quase que deu revertério.
Castele só. Vai veno. Mai não precisa encuiá o pescoço, não. Da moita também se vê, ainda que de revesgueio, de fianco, meio reba, um tanto embramado.
- Xééé que foi. Vi que tava chovendinho, ele não ia não.
- Pois deu piau, foi de quaiá o bico.
- Vô morgá. Num posso com banzé, fico muquiado. E num sô loco de ficá campiano quem empresta a canela do veado.
- Tô zarpano.
E vazô na braquiária, feito curisco. Foi um forfé. Quase que deu revertério.
Castele só. Vai veno. Mai não precisa encuiá o pescoço, não. Da moita também se vê, ainda que de revesgueio, de fianco, meio reba, um tanto embramado.
- Xééé que foi. Vi que tava chovendinho, ele não ia não.
- Pois deu piau, foi de quaiá o bico.
- Vô morgá. Num posso com banzé, fico muquiado. E num sô loco de ficá campiano quem empresta a canela do veado.
5.4.11
28.12.10
No radinho de pilha
"Won't you get hip to this timely tip:
When you make that California trip
Get your kicks on Route Sixty-Six"
16.12.10
2.12.10
30.11.10
inquietude
vivo de contagens regressivas, doutor
é grave
sei que é grave
do tipo de gravidade que até ecoa
- ave, ave, ave...
vivo de reminiscências nubladas, doutor
é triste
sei que é triste
do tipo de tristeza que até parece
um chiste.
vivo de presentes repreensivos, doutor
é fato
sei que é fato
e ponto.
é grave
sei que é grave
do tipo de gravidade que até ecoa
- ave, ave, ave...
vivo de reminiscências nubladas, doutor
é triste
sei que é triste
do tipo de tristeza que até parece
um chiste.
vivo de presentes repreensivos, doutor
é fato
sei que é fato
e ponto.
22.11.10
10ânimo
com o olhar amanhecido
o poeta nem mais sorri:
pede alforria
de toda mais-valia
nem todo ganha-pão
porque entre sim e não
com o corpo anoitecido
a vida era para ter sido
e não foi, não foi, não foi.
pede alforria
o poeta
pede alforria
e decreta:
sem estrela nem vela
nada que valha a pena.
o poeta nem mais sorri:
pede alforria
de toda mais-valia
nem todo ganha-pão
porque entre sim e não
com o corpo anoitecido
a vida era para ter sido
e não foi, não foi, não foi.
pede alforria
o poeta
pede alforria
e decreta:
sem estrela nem vela
nada que valha a pena.
10.11.10
9.11.10
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