28.2.10
27.2.10
Porque hoje é sábado
1956
canto mortífero
escurece a noite
aonde a luz de 1956
sem peso, sem cor
melodia monástica
encapuzados no espaço asséptico
não se para
aglomerados como notas
brancas na noite
negro no dia
sórdida espécie
colméia em véu
não suprima
a lâmina
o corte
se para
morte
(Edison da Cruz Salaki)
canto mortífero
escurece a noite
aonde a luz de 1956
sem peso, sem cor
melodia monástica
encapuzados no espaço asséptico
não se para
aglomerados como notas
brancas na noite
negro no dia
sórdida espécie
colméia em véu
não suprima
a lâmina
o corte
se para
morte
(Edison da Cruz Salaki)
25.2.10
circular
o desânimo
balança
o abraço
contamina
o animal
apressa
o apreço
alimenta
o hálito
antecipa
o mapa
desanima
o balanço
abraça
o contágio
sobrevive
a pressa
aprecia
o alimento
halita
o antes
mapeia
a ideia.
balança
o abraço
contamina
o animal
apressa
o apreço
alimenta
o hálito
antecipa
o mapa
desanima
o balanço
abraça
o contágio
sobrevive
a pressa
aprecia
o alimento
halita
o antes
mapeia
a ideia.
Tristeza
Para um colecionador de madrugadas, não importa o tamanho da noite
Nem se ela é quebradiça
Ou se queda solitária.
Quando no horizonte a única ponte liga o vazio à tristeza
Não há nada que sirva
De consolo.
A perda é uma pena
Pedra
Pedra.
Nem se ela é quebradiça
Ou se queda solitária.
Quando no horizonte a única ponte liga o vazio à tristeza
Não há nada que sirva
De consolo.
A perda é uma pena
Pedra
Pedra.
21.2.10
20.2.10
Porque hoje é sábado
Não sei quantas almas tenho
Não sei quantas almas tenho.
Cada momento mudei.
Continuamente me estranho.
Nunca me vi nem acabei.
De tanto ser, só tenho alma.
Quem tem alma não tem calma.
Quem vê é só o que vê,
Quem sente não é quem é,
Atento ao que sou e vejo,
Torno-me eles e não eu.
Cada meu sonho ou desejo
É do que nasce e não meu.
Sou minha própria paisagem;
Assisto à minha passagem,
Diverso, móbil e só,
Não sei sentir-me onde estou.
Por isso, alheio, vou lendo
Como páginas, meu ser.
O que sogue não prevendo,
O que passou a esquecer.
Noto à margem do que li
O que julguei que senti.
Releio e digo: "Fui eu ?"
Deus sabe, porque o escreveu.
(Fernando Pessoa)
Não sei quantas almas tenho.
Cada momento mudei.
Continuamente me estranho.
Nunca me vi nem acabei.
De tanto ser, só tenho alma.
Quem tem alma não tem calma.
Quem vê é só o que vê,
Quem sente não é quem é,
Atento ao que sou e vejo,
Torno-me eles e não eu.
Cada meu sonho ou desejo
É do que nasce e não meu.
Sou minha própria paisagem;
Assisto à minha passagem,
Diverso, móbil e só,
Não sei sentir-me onde estou.
Por isso, alheio, vou lendo
Como páginas, meu ser.
O que sogue não prevendo,
O que passou a esquecer.
Noto à margem do que li
O que julguei que senti.
Releio e digo: "Fui eu ?"
Deus sabe, porque o escreveu.
(Fernando Pessoa)
19.2.10
18.2.10
17.2.10
Um quadro às quartas

Obra de Henri Marie Raymond de Toulouse-Lautrec Monfa (1864-1901)
16.2.10
No radinho de pilha
"Ela é anarquista, ela é terrorista da faixa de Gaza
E fez meu sonho em pesadelo se acabar"
15.2.10
Para começar a semana

Joaquim Maria Machado de Assis (1839-1908)
14.2.10
13.2.10
Porque hoje é sábado
Precisão
O que me tranquiliza
é que tudo o que existe,
existe com uma precisão absoluta.
O que for do tamanho de uma cabeça de alfinete
não transborda nem uma fração de milímetro
além do tamanho de uma cabeça de alfinete.
Tudo o que existe é de uma grande exatidão.
Pena é que a maior parte do que existe
com essa exatidão
nos é tecnicamente invisível.
O bom é que a verdade chega a nós
como um sentido secreto das coisas.
Nós terminamos adivinhando, confusos,
a perfeição.
(Clarice Lispector)
O que me tranquiliza
é que tudo o que existe,
existe com uma precisão absoluta.
O que for do tamanho de uma cabeça de alfinete
não transborda nem uma fração de milímetro
além do tamanho de uma cabeça de alfinete.
Tudo o que existe é de uma grande exatidão.
Pena é que a maior parte do que existe
com essa exatidão
nos é tecnicamente invisível.
O bom é que a verdade chega a nós
como um sentido secreto das coisas.
Nós terminamos adivinhando, confusos,
a perfeição.
(Clarice Lispector)
12.2.10
11.2.10
Instante da estante

10.2.10
Acerca das constatações humanas possíveis
O mundo é um problema porque há muita beleza acumulada pelos cantos. Então a gente fica se distraindo, distraindo. E quando vê, já foi.
9.2.10
8.2.10
Para começar a semana

Lygia de Azevedo Fagundes Telles (1923- )
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