31.1.10
30.1.10
Porque hoje é sábado
A sociedade brasileira
O rico e o pobre são duas pessoas.
O soldado protege os dois.
O operário trabalha pelos três.
O cidadão paga pelos quatro.
O vagabundo come pelos cinco.
O advogado rouba os seis.
O juiz condena os sete.
O médico mata os oito.
O coveiro enterra os nove.
O diabo leva os dez.
E a mulher engana os onze.
(Nelson Rodrigues)
O rico e o pobre são duas pessoas.
O soldado protege os dois.
O operário trabalha pelos três.
O cidadão paga pelos quatro.
O vagabundo come pelos cinco.
O advogado rouba os seis.
O juiz condena os sete.
O médico mata os oito.
O coveiro enterra os nove.
O diabo leva os dez.
E a mulher engana os onze.
(Nelson Rodrigues)
29.1.10
28.1.10
Instante da estante
DAPIEVE, Arthur (org.). Antologia Casseta Popular. Rio de Janeiro: Desiderata, 2008.
27.1.10
26.1.10
À guisa do desabafo
Acho tão inúteis essas chuvas que desabam sobre a cidade grande. Não têm muitas hortas para molhar, nem sequer muitas vidas para adiantar. Só servem para complicar a labuta jornalística. Como se imprimir mais papel fosse resolver -- e não piorar ainda mais -- o problema. Como se o povo estivesse interessado em ler tanta tragédia -- se já não bastasse vivê-las.
25.1.10
Para começar a semana
"Na literatura a gente voa mais, não está preso a uma forma musical, está solto no papel."
Paulo César Francisco Pinheiro (1949- )
24.1.10
23.1.10
Porque hoje é sábado
A hora do cansaço
As coisas que amamos,
as pessoas que amamos
são eternas até certo ponto.
Duram o infinito variável
no limite de nosso poder
de respirar a eternidade.
Pensá-las é pensar que não acabam nunca,
dar-lhes moldura de granito.
De outra matéria se tornam, absoluta,
numa outra (maior) realidade.
Começam a esmaecer quando nos cansamos,
e todos nos cansamos, por um outro itinerário,
de aspirar a resina do eterno.
Já não pretendemos que sejam imperecíveis.
Restituímos cada ser e coisa à condição precária,
rebaixamos o amor ao estado de utilidade.
Do sonho de eterno fica esse gosto ocre
na boca ou na mente, sei lá, talvez no ar.
(Carlos Drummond de Andrade)
As coisas que amamos,
as pessoas que amamos
são eternas até certo ponto.
Duram o infinito variável
no limite de nosso poder
de respirar a eternidade.
Pensá-las é pensar que não acabam nunca,
dar-lhes moldura de granito.
De outra matéria se tornam, absoluta,
numa outra (maior) realidade.
Começam a esmaecer quando nos cansamos,
e todos nos cansamos, por um outro itinerário,
de aspirar a resina do eterno.
Já não pretendemos que sejam imperecíveis.
Restituímos cada ser e coisa à condição precária,
rebaixamos o amor ao estado de utilidade.
Do sonho de eterno fica esse gosto ocre
na boca ou na mente, sei lá, talvez no ar.
(Carlos Drummond de Andrade)
22.1.10
21.1.10
20.1.10
Link legal
Utilidade pública: você já cadastrou seu número de telefone para parar de receber chamadas de telemarketeiros malas?
19.1.10
3. Reformulação - O "InVerso" - "InVerso" virada do avesso
O caranguejo que completa nosso simpático logo também remete à inversão, desconveniência: enquanto muitos se contentam em seguir adiante e o resto em andar de ré a contragosto, o caranguejo docontra vai de lado. Com toda a convicção de suas oito patinhas.
18.1.10
3. Reformulação - O "InVerso" - "InVerso" virada do avesso
Batizada a cria, discutidos seus traços, restava moldá-la, dar-lhe feições. O logotipo foi construído com duas fontes: Bergell Let e Bernhard Fashion BT. A primeira é uma fonte manuscrita, transmite fluência, espontaneidade, a idéia de um rascunho publicado por acaso – como se você estivesse bisbilhotando o caderno de versos de alguém. Bernhard Fashion BT, utilizada apenas para a letra “v”, contrasta com a primeira fonte: é sóbria, econômica, objetiva. Para acentuar ainda mais o contraste, InVerso aparece espelhado, como se a palavra se refletisse de ponta-cabeça. As cores escolhidas para o logotipo são complementares – quer coisa mais síntese do inverso que preto-e-branco, preto-no-branco, branco-no-preto? O retângulo negro que permeia os “vês” (tu vês?) de InVerso no logotipo surgiu para conferir equilíbrio, estabilidade: um inverso seguro, ancorado no real.
Para começar a semana
"Literatura não é vocação, é danação. O sujeito está danado. Ele tem que fazer aquilo. Está condenado."
Roberto Gomes (1944- )
17.1.10
3. Reformulação - O "InVerso" - De cabo a rabo
Suporte. Bem, suporte já viu, né? Mandamos às favas qualquer pré-ocupação com factibilidade e grafiquismo. Cansamos de herdar jeans surrados e apertar o cós, descer a bainha. InVerso é uma proposta sinestésica. A-final (sem começo nem fim sem pé nem cabeça), o tato, o paladar, o olfato também apreendem e informam. Assim, a revista propõe que suas páginas apresentem texturas, formatos, cores, cheiros que possuam relação com o texto verbal, ou sejam o texto em si – proposta que não foi inteiramente aplicada ao produto-amostra à mostra devido a limitações técnicas (não conseguimos papel com cheiro nem gosto nem tinta que brilhe no escuro; se tivéssemos, teríamos tido – a idéia compreendia isso!), porém é essencial para a compreensão do projeto.
16.1.10
Porque hoje é sábado
Os mortos
os mortos vêem o mundo
pelos olhos dos vivos
eventualmente ouvem,
com nossos ouvidos,
certas sinfonias
algum bater de portas,
ventanias
Ausentes
de corpo e alma
misturam o seu ao nosso riso
se de fato
quando vivos
acharam a mesma graça
(Ferreira Gullar)
os mortos vêem o mundo
pelos olhos dos vivos
eventualmente ouvem,
com nossos ouvidos,
certas sinfonias
algum bater de portas,
ventanias
Ausentes
de corpo e alma
misturam o seu ao nosso riso
se de fato
quando vivos
acharam a mesma graça
(Ferreira Gullar)
3. Reformulação - O "InVerso" - De cabo a rabo
InVerso é primeiridade. O sentir, primeiro. Daí sua linguagem, seu suporte, seus temas, suas imagens terem por objetivo tirar fora a venda dos olhares acostumados a pensar que jornal não é lugar pra dor da gente.
15.1.10
3. Reformulação - O "InVerso" - De cabo a rabo
InVerso apresenta seus textos em prosa poética ou verso, linguagem-nascedouro de seu nome, em simbiose com o significado literal da palavra inverso. Linguagem em verso, verso-versado, verso-proseio, inversa e avessa à aridez jornalística que metamorfoseia pessoas em erre-gês, leitura em obrigação para quem tem esforço tempo paciência. Muuuita paciência.
14.1.10
3. Reformulação - O "InVerso" - De cabo a rabo
Assim, nas páginas avessas a ordens pré-estabelecidas (pré-históricas?) da InVerso, os fatos classificados como de “destaque” e merecedores de estampa em tudo quanto é mídia desfilam ao lado de “pequenidades” ignoradas pelas redações tubarônicas.
13.1.10
3. Reformulação - O "InVerso" - De cabo a rabo
InVerso é uma revista mensal cuja proposta é debruçar-se sobre a matéria-prima cotidiano, tantas vezes vista como comum que seus aspectos insólitos, belos ou simplesmente humanos acabam mascarados sob o lodo da desimportância. Manchetar a própria ausência de notícias quando, aparentemente, não houver notícias: não há notícias por quê? Quem amordaça, cala ou esconde e sob quais justificativas?
12.1.10
11.1.10
10.1.10
9.1.10
Porque hoje é sábado
Cântico de introdução
Dize:
O vento do meu espírito
soprou sobre a vida.
E tudo que era efêmero se desfez.
E ficaste só tu, que és eterna ...
(Cecília Meireles)
Dize:
O vento do meu espírito
soprou sobre a vida.
E tudo que era efêmero se desfez.
E ficaste só tu, que és eterna ...
(Cecília Meireles)
8.1.10
Seção da sessão
Orgulho monstro de trabalhar em um jornal com história:
Estadão, que acaba de completar 135 anos.
7.1.10
6.1.10
5.1.10
4.1.10
3.1.10
2.1.10
Porque hoje é sábado
Sem você
nenhuma metáfora
traduz a falta
nenhuma imagem
exata
faca encravada
nesse silêncio
dia sem dia
piada sem graça
acordar sem você
me mata
(Frederico Barbosa)
nenhuma metáfora
traduz a falta
nenhuma imagem
exata
faca encravada
nesse silêncio
dia sem dia
piada sem graça
acordar sem você
me mata
(Frederico Barbosa)
1.1.10
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