30.4.10

Seção da sessão



Radiografia de Arnaldo Antunes.

29.4.10

Instante da estante

CAMPOS JR., Celso; MOREIRA, Denis; LEPIANI, Giancarlo; LIMA, Maik Rene. Nada mais que a verdade - A extraordinária história do jornal Notícias Populares. São Paulo: Carrenho Editorial, 2002.

28.4.10

Um quadro às quartas

Solitaire, 2010
Obra de Julien Pacaud (1972- )

27.4.10

No radinho de pilha



"Cada estrela parecerá uma lágrima"

26.4.10

Para começar a semana

“Sei que não escrevo do jeito que a grande maioria dos leitores está acostumada a ler. A forma é inovadora, mas não incompreensível. Dizer que sou incompreensível é bobagem. Eu escrevo em português.”

Link legal

Física na veia.

25.4.10

Domingo, foto

Gol, 2010
Clique de Hélvio Romero (1958- )

24. Dos sabores

Queria uma salada de flores, como se quaisquer delas de comer fossem. Não eram. Envenenou-se. Depois se jogou pela janela.

- Defenestrou-se.

- Isso. Dá no mesmo.

- Defenestrar é o verbo mais bonito da língua. Resume em única palavra toda uma ideia, toda uma expressão.

- Bonito, bonito.

Depois veio um chá de flores. Flores e flores. Flores no caixão.

Ezequiel era mesmo um sujeito bastante estranho, com suas manias de enciclopédia.

24.4.10

Porque hoje é sábado

Erra uma vez

nunca cometo o mesmo erro
duas vezes
já cometo duas três
quatro cinco seis
até esse erro aprender
que só o erro tem vez

(Paulo Leminski)

23.4.10

Seção da sessão



O atleta full time. Maluco e inconsequente.

Link legal

Para matar as saudades dos velhos álbuns de figurinhas das copas passadas.

22.4.10

Instante da estante

KAFKA, Franz. A metamorfose. São Paulo: Nova Cultural, 2002.

Presente

embalado para futuro
um beijo é feliz sob o quadriculado amarelo

coleciona sol
- uma coleção solitária
de uma peça só

quando for aberto
se fechará

dentro da noite
com o estralar das estrelas
não restará papel quadriculado
nem amarelo
nem nada o que me pareça
solitário.

21.4.10

Um quadro às quartas

A little beat, 2009
Obra de Alessandro Maffioletti "Alvvino" (1980- )

20.4.10

No radinho de pilha



"Little darling, I feel that ice is slowly melting
Little darling, it seems like years since it's been clear"

19.4.10

Para começar a semana

"Meu trabalho é o de fazer vadiagem com as palavras."

18.4.10

Domingo, foto

Gari, 2010
Clique de Hélvio Romero (1958- )

17.4.10

Porque hoje é sábado

O meu olhar

O meu olhar é nítido como um girassol.
Tenho o costume de andar pelas estradas
Olhando para a direita e para a esquerda,
E de, vez em quando olhando para trás...
E o que vejo a cada momento
É aquilo que nunca antes eu tinha visto,
E eu sei dar por isso muito bem...
Sei ter o pasmo essencial
Que tem uma criança se, ao nascer,
Reparasse que nascera deveras...
Sinto-me nascido a cada momento
Para a eterna novidade do Mundo...

Creio no mundo como num malmequer,
Porque o vejo. Mas não penso nele
Porque pensar é não compreender ...

O Mundo não se fez para pensarmos nele
(Pensar é estar doente dos olhos)
Mas para olharmos para ele e estarmos de acordo...

(Alberto Caeiro)
a cada pergunta
que assunta
um susto
um bispo
se pergunta
como que assunta

16.4.10

Seção da sessão



Um curta de David Lynch.

15.4.10

Instante da estante

BUARQUE, Chico. Tantas palavras. São Paulo: Companhia das Letras, 2006.

Cabeça

Alfinete.
Ao fim
Este.

14.4.10

Um quadro às quartas

New illustration for Aupeo, 2009
Obra de Alessandro Maffioletti "Alvvino" (1980- )

Over

com
uma
over
dose
de traumas

a
doe
ço
em cada umas

que
às
vezes
penso
não
existo

nem
isto.

13.4.10

No radinho de pilha



"E me aperta para eu quase sufocar"

Você não tem ideia

você não tem ideia do tamanho das minhas saudades, do aperto dos meus sapatos, do espaço dos meus quartos, do volume das minhas vontades, do incerto dos meus fatos, do traço dos meus inteiros, do negrume dos meus marcos, do momento dos meus sofrimentos.
você não tem ideia.
se tivesse, não seria você
como você é.
assim.
se tivesse, me
seria
séria.

12.4.10

Para começar a semana

“Para o poeta a maior tragédia é se o admiram porque não o entendem.”

Jean Maurice Eugène Clément Cocteau (1889-1963)

11.4.10

Domingo, foto

Automóvel, 2010
Clique de Hélvio Romero (1958- )

10.4.10

Porque hoje é sábado

Esperança

Lá bem no alto do décimo segundo andar do Ano
Vive uma louca chamada Esperança
E ela pensa que quando todas as sirenas
Todas as buzinas
Todos os reco-recos tocarem
Atira-se
E
— ó delicioso vôo!
Ela será encontrada miraculosamente incólume na calçada,
Outra vez criança...
E em torno dela indagará o povo:
— Como é teu nome, meninazinha de olhos verdes?
E ela lhes dirá
(É preciso dizer-lhes tudo de novo!)
Ela lhes dirá bem devagarinho, para que não esqueçam:
— O meu nome é ES-PE-RAN-ÇA...

(Mario Quintana)

9.4.10

23. Das cores

Azul tentou passar adiante, viu branco, insistiu, viu preto, atravessou, viu verde, viu vermelho, viu vinho, virou ave, ceuzou.

Amarelo tentou dormir, foi branqueando, branqueando, branqueando, até que sumiu no meio do sofá bege.

Laranja amanheceu radiante, depois palideceu. Inventou brilho que nem sol, cegou olhos alheios, depois roseou, roseou, até roxear no horizonte. Enegreceu.

Verde igual à natureza. Pra ver. De novo. Verde.

Roxo está de luto porque morreu a esposa, ficaram os filhos, as tralhas, o resto da mortalha escura que nem o luto, do tamanho dos sonhos que agora se chamam pesadelos e são em preto-e-branco.

O burro fugiu.

Flicts teimou tanto até que existiu.

Seção da sessão



Guerra de camisetas.

8.4.10

Instante da estante

CORTÁZAR, Julio. Historias de cronopios y de famas. Buenos Aires: Punto de Lectura, 2007.

7.4.10

Um quadro às quartas

Maledetta primavera, 2009
Obra de Alessandro Maffioletti "Alvvino" (1980- )

6.4.10

No radinho de pilha



"Será que ela não fica afoita pra dançar na chama da batalha"

5.4.10

Para começar a semana

"A distância entre o que sentimos e o que fica no papel é enorme. O que resta é corrigir, corrigir e corrigir."

4.4.10

Domingo, foto

Sem título, 2010
Clique de Maria Clara Moraes (1987- )



3.4.10

Porque hoje é sábado

Ausência

Eu deixarei que morra em mim o desejo de amar os teus olhos que são doces
Porque nada te poderei dar senão a mágoa de me veres eternamente exausto.
No entanto a tua presença é qualquer coisa como a luz e a vida
E eu sinto que em meu gesto existe o teu gesto e em minha voz a tua voz.
Não te quero ter porque em meu ser tudo estaria terminado.
Quero só que surjas em mim como a fé nos desesperados
Para que eu possa levar uma gota de orvalho nesta terra amaldiçoada
Que ficou sobre a minha carne como nódoa do passado.
Eu deixarei... tu irás e encostarás a tua face em outra face.
Teus dedos enlaçarão outros dedos e tu desabrocharás para a madrugada.
Mas tu não saberás que quem te colheu fui eu, porque eu fui o grande íntimo da noite.
Porque eu encostei minha face na face da noite e ouvi a tua fala amorosa.
Porque meus dedos enlaçaram os dedos da névoa suspensos no espaço.
E eu trouxe até mim a misteriosa essência do teu abandono desordenado.
Eu ficarei só como os veleiros nos pontos silenciosos.
Mas eu te possuirei como ninguém porque poderei partir.
E todas as lamentações do mar, do vento, do céu, das aves, das estrelas.
Serão a tua voz presente, a tua voz ausente, a tua voz serenizada.

(Vinicius de Moraes)

2.4.10

Seção da sessão



Pictogramas olímpicos.

1.4.10

Instante da estante

AMERICANO, Jorge. São Paulo naquele tempo (1895-1915). São Paulo: Narrativa Um, 2004.