31.7.05

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Na minha noite um coração solitário tem a forma da lua cheia de pretextos pra nunca mais amanhecer de novo.

Serba Salah

Na Malásia é assim que as pessoas se sentem
Quando bate um blue
E o sol fica frio.

29.7.05

Um crocodilo laranja correndo de mim

Por mim, comeria algodão-doce ou fugiria pro Nepal. Mas não os encontrei na lista telefônica nem no Google. Então decidi tirar férias numa praia qualquer.

- Bom dia!

- Bom, dia?

- Bom, dia!

- Bom? Dia!

- Bom! Dia?

- Bom. Dia.

O sinal de pedestres abriu e quem chegou à minha frente com sua prancha de surfe debaixo do braço foi um crocodilo laranja, óculos de sol e nívea no rosto.

28.7.05

Vidas Chatas

Absurdo do link quebrado do blog que já terá ido pro cemitério da internet. Onde mora o cemitério cibercemitério que carrega mistérios por trás dos agá tê tê pês e agá tê eme eles?

Uma homenagem apenas.

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O sapateiro Alcebíades sabia tudo de sapato. Sozinho no escuro de sua cama, pensava em tachas e preguinhos, antecipando o sonho da noite-a-noite.

Se via um fantasma, logo tropeçava em pensamento. Era desse mundo que colhia as flores e as plantava depois no jardim do castelo. Era desse mundo que sacolejava que nem as meninas que fazem ponto na esquina. Era desse mundo que os cachimbos não podiam ser fumados nem ouvidos e a única música que havia era o barulho da labuta a martelar.

O sapateiro Alcebíades, com seus anseios absurdos, tinha uma invisível capacidade de chorar. Como se fosse um aviso ou um destempero; como se fosse um chafariz que externava seu estresse diuturno.

27.7.05

- Coca-cola?
- Prajá.
- Com gelo!

***

- Coca-cola?
- Eba! Eba!
- Essas crianças... Tsc-tsc-tsc...

***

- Coca-cola?
- Sim.
- Puxa, os caras são mesmo do mal... Cada uma!

***

- Coca-cola?
- Também.
- Vamos logo que o carrinho já tá cheio.

Considerações sobre a cor dos cadarços

Quando estamos vivendo sem cabeça, as cores escorrem pra debaixo do tapete da sala. Principalmente quando falta fósforo.

Há um nó: cadarços nos entrementes se apercebem de vazios. E locupletam-se, e permutam-se, e depois se restringem.

Era uma vez um doutor que construiu o mundo dos zíperes.

26.7.05

Poema-minuto

Contando os segundos.
Ora, bolas...

Torpedo de tropeços

Meu sobrenome é Aziago. Costumo brincar que não nasci, mas fui abduzido ao contrário, se é que você me entende. Praticamente defecado neste planeta horrível, cinza, enegrecido pelo hálito.

Tive quatro cachorros vira-latas. Matei-os.

Tive vários sonhos pela metade. Matei-os.

Tive algumas palavras cruzadas. Matei-as.

Tive trinta e dois dentes na boca. Matei-os.

Tive dor e sono. Matei-os.

Agora só tenho meu livro na estante e meu corpo sobre a cama, quebrada.

Os poréns e as tramóias

Um pivete de canivete na mão cortou todo o tapete vermelho onde o príncipe da Suazilândia iria pisar quando descesse de seu cavalo da cor de burro quando foge.

- Eu não sou malvado! Eu não sou malvado! Eu só queria aparecer na Globo! - gritava o menino quando era torturado pelos policiais vestidos de farda desbotada.

Em cima da geladeira de minha casa, o pingüim assovia feliz, alheio a tudo.

Speedy Trouxa

A banana se alimentava de células travestis. Toda vez que precisava de uma nova, fagocitava os hormônios que sempre afloraram na alma dos doentes. E devorava, e devorava, e nhum nhum nhum.

Um belo dia tentou conectar-se à internet porque sabia de um certo dáblio-dáblio-dáblio onde moravam as libélulas amarelas. O sinal estava ocupado? Não. Era o super-homem? Também não.

A banda larga parecia uma bunda gorda.

22.7.05

Receita prática para tingir um cadarço de azul

- Enrosque em seus dedos.

- Amarre-o em outro cadarço, de preferência estando ambos em seus respectivos tênis. Calçados nos pés dos seus donos, obviamente.

- Conte até três.

- Saia correndo feito doido.

- Grite ajuda ao usuário do conjunto pés-tênis-cadarços.

Samambaias

Escorrem como o silêncio do passado. Apertam o passo em suas quasifolhas reverberantes que nunca que chegam ao chão. Vão enrolando vivências como quem tropeça numa pedra. Depois levantam, cospem o futuro lá lonjão.

Precisam de xaxim.

Suspiro

Sem recheio, como uma lágrima e um soluço. Infinitos.

Solto no espaço

Cordão umbilical que nada! Aquilo parecia uma mangueira conectada à uma máquina de xerox antigona.

E os etezinhos todos sorrindo que nem uma criança que vai ao zoológico pela primeira vez!

As rimas se escondem detrás do muro ou na sombra de um inquilino

Renato costurava todos os seus sonhos com linha 10. A mesma que usava para empinar papagaios e fazer malvadezas na barra da saia de sua mãe. Depois que juntava dezessete sonhos bem amarradinhos, guardava-os em feixes duplos, lá no alto da estante da sala. Tão alto que precisava se apoiar num banquinho para alcançar.
Seu irmão ficava sempre jogando videogueime. Parecia não se importar com a altura dos sonhos.

O gato Afanásio era o único que entendia Renato. Olhava com cara de sabichão, sempre. Depois desistia de ajudar e, preguiçoso, dormia no tapete. Afanásio era o único que sabia curtir a vida.

Uma ponte

Os nervos estavam tão pungentes quanto presas de mastodonte. Eu era uma ponte, não kafkiana, mas cortazariana. Cortante. Uma ponte que cortava um rio que não sabia mais para onde corria, era sangria, era mar vermelho, era obstáculo, era morto.

Quando, num dado momento, o sol veio e secou tudo. Eu era uma ponte imponente e cuspi na cara dele. Amarrei sua juba, dei três nós cegos, fiz-me surda e quedei-me paralisada, ponte.

Parcas linhas

Saudade é aquela dor pelo que não se sabe. Chega de mansinho e vai descendo pelo umbigo, contorna e volta. Nunca vai embora. É um estranho frio, não na barriga, mas no bíceps.

Quando eu tiver um cachorro vou lhe dar o nome de Saudade.

Upa-upa

As coisas ficavam dentro da caixa amarela e viviam felizes num reino imaginário. Tudo dentro do armário, dentro do quarto, dentro da casa, dentro do prédio, dentro da quadra, dentro do bairro, dentro da cidade.

A cidade nunca existiu.

Cronopolitano

O celular morava dentro do travesseiro e, quando tocava, cantarolava cócegas no inconsciente que dormia. Sempre chovia lá fora nessas horas.

O travesseiro era recheado de casca de crocodilo. Para sonos pesados. Para pesadelos. Pára, Pedro!

O crocodilo fora caçado num sáfari. Morava num rio de nome estranho e, no momento da morte oportuna, palitava os dentes com um raminho de alpiste.

O alpiste era de plástico.

21.7.05

Almaço sem pauta

Meio-dia e pouco. As pessoas trafegam famélicas e adentram sutilmente, com seus estômagos debaixo dos braços, nos botecos, restaurantes e afins.

No ínterim de cada uma, o vazio pulula e grita, roncando acidamente. Arroto ao contrário.

As vísceras ainda estão limpas, mas é só por dezenove minutos.

- Almoço sem falta!

20.7.05

Scherma

O sapo roía as unhas para mostrar a sua aquiescência ao fenômeno do El Niño para Presidente. Era uma campanha encabeçada pelas chaves do seu molho de tomate.

Foi quando ele acordou na pia batimal. Puxavam-no pelo extinto rabo e gritavam: - Jeremias! Jeremias! Jeremias!

Pronto, ganhava um nome. Mas, antes que me acusem de letárgico ou taciturno repetidor de nomes, argumento: - Trata-se de Jeremiasoutro que não o do texto lá abaixo!

Senha de coração

Não dá pra trocar e é difícil tocar.

Alguém perdeu o número? Corra para o chaveiro mais próximo. Ele não saberá o que fazer.

19.7.05

Correcorrecorre

Depois só se lembre de matar quem foi o desgraçado que inventou os preços e os prazos. Da vida.

Refazer

Era dia de semana e Jeremias não dormiu para não se dar ao trabalho de acordar. Domir-acordar era uma rotina que lhe parecia muito complicada.

Jeremias não arrumava sua cama, portanto.

Contava dia-e-noite por meio dos ponteiros do relógios, mas sempre rezava pra tudo que é santo, torcendo e fazendo figa, pois se o relógio pifasse... Coitado!

Jeremias era tão estranho quanto um canivete suíço.

Tosse, catarro, dor de garganta, febre, noite mal-dormida, cansaço, dores no corpo, gripe, nariz entupido, catarro, espasmos...

Própolis, mel, chá, comprimidos, gargarejo, gotas, cobertor e outras interrogações em caixa alta.

18.7.05

Da primeira viagem

Marinheiros capinando as plantações de alface no quintal do convés. Retiram tiriricas, defecam adubo novo, recolhem os restos do repolho da safra passada.

Do alto, o menor grita:

- Terra à vista!

Ninguém dá bola. Hoje todos preferem comprar no cartão.

Saúde, saudade e o medo de morrer sozinho

Daqui do alto da Torre, não consigo avistar você. Minha miopia é empecilho nervoso: vista turva, caracteres apagados, nuvens brancas.

Então jogo-lhe um beijo e me dou por satisfeito. A vida é feita dessas pequenezes mesmo.

17.7.05

Vícios e vazios

Quando eu era mergulhador, era comum que eu confundisse a fome com a vontade de dormir. Por isso, tratei logo de cultivar uma plantação de eucaliptos no quintal de meu apartamento (uma bela sacada de dois metros quadrados).

Funcionava assim: batia a fome, eu corria para a mudinha de árvore e começava a costurar um pezinho em outro. Daí vinha o sono e eu armava minha rede entre dois pés e ficava balangando, balangando.

Acordava de pandu cheio.

Os peixes do aquário nunca entendiam tudo aquilo: afinal, era eu o Deus que invadia seu habitat e aspirava todo o pó das pedras, passava pano no limo verde do ecrã, cozinhava ração todo-dia. Para eles, as coisas pareciam muito estranhas. Como poderia ser eu gritando por socorro com uma sucuri em volta do pescoço? Como poderia ser eu o macaco suicida a pular de galho em galho nos eucaliptos?

Acordei chorando.

Mendigo

Ele sempre quisera ser astronauta e aparecer no programa do Faustão. Não tinha todos os dentes, causa congênita, e, quando menino, chegou a usar aparelho de arame. Torce até hoje para o Palmeiras, principalmente aos domingos e feriados.

Há exatamente um ano e meio ele olhou para um casal e disse:

- Ninguém combina melhor do que vocês dois.

Pronto. Havia mudado para sempre a existência daqueles dois pares de olhos brilhantes esverdeados. Nem parecia que vestia farrapos e, atualmente, mendigava um real pra poder tomar o busão.

14.7.05

O saite perdido na blogosfera

Uma casca de limão espremida


E as coisas acontecendo tão fosforescentes, tão desmancháveis e tão doces que era uma tremenda massa de suspiro. Dentro, um par de óculos, lentes sujas, inúteis.

É preciso ressuscitar todos os gnominhos. Eles não gostam de buzinas, não gostam de barulhos, não gostam de guloseimas. O esporte esperto deles é manter relações sexuais com as páginas dos livros do Leminski.

Escrever pras gavetas, não precisa de internet


Saiu de casa cedo com uma arma enferrujada no lado esquerdo da calça. A calça estava velha demais, parecia que era feita de papel crepom roxo.
Saiu de casa cedo o bastante para matar 1587 pessoas. Ou todas as que não visitassem o seu blog.

Seu nome era Alfredo.

Geografia cheia de segredos


Sua cabeça lembrava um chester cru. Era estranho, tinha o feitio todo irregular e confundia os ônibus com as asa-deltas que sempre gostou de colorir.

Preferia maçãs a pesadelos. Mas sonhava todas as noites com um caçador eloqüente, cheio de espingardas amarelas. Espingardas, não: repito, retifico: espinhas amarelas. Daquelas cheias de pus.

Afeminado e tímido, complexado e reverberante, fugia dos holofotes e tinha medo, muito medo.

No fundo, ele detestava pontos de ônibus. E pneus furados.

Um mecânico travesseiro


Parei de contar carneirinhos desde que os bois dormiram.

::: dor de garganta <<

E a lembrança sofrível de que há uma longa e fria madrugada pela frente.

Rojões amargos.
Geladeira estragada.
Uma samambaia vai crescendo ao contrário e escalando meu prédio. Já está na metade do quinto andar. Amanhã ou depois deve invadir meu quarto, aqui no sexto, e me matar sufocado enquanto eu estiver dormindo.
Corta VT.

Sete de setembro. Lembro. A chuva reflete as lágrimas que ela verte. Eu subverto.
Fecha para seu rosto.
- Vontade de brincar! - grita, mas ninguém ouve porque estão muito ocupados assoviando o Hino Nacional.
No meio da rua, um menininho (eu) fugido do evento pátrio, brinca o futebol com uma pedra levemente arredondada.
Fica tudo preto (tá, deve ter um termo que explica melhor isso!)

No dia seguinte, manchete que estampa os jornais:
Jovem garota morre com pedrada na testa
Testemunhas disseram que ela só queria brincar

Soneto pra você escrever, à caneta, na tela do seu computador

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As luzes estão apagadas mas eu sei que você não tem medo do escuro. Então eu lhe dou um sorriso, despercebido que você não consegue me ver. Então, belisco o seu braço e finjo que não fui eu.

- Quem será o fantasma?

Corro e fecho a vidraça. Percebo o líquido escorrendo. Uma réstia da lua me distrai enquanto, na mesmice deste sítio abandonado, o cricrilar dos grilos é uma orquestra a sinfonizar minha existência.

- Onde está o fantasma?

É quando alguém tem a súbita idéia de alcançar o interruptor e acender a luz.

200.204.151.#

Fans Development Ltd.

13.7.05

Casa de Bonecas

Era uma vez um turista. Lindo como todo turista: olhar curioso, máquina fotográfica dependurada ao pescoço. Olhar curioso, dizia eu. Olhar que gira trezentos e sessenta graus, e mais giraria se houvesse, para compreender aquela atmosfera estrangeira onde se está.

Um dia o turista resolver visitar uma casa de bonecas. E ficou assustado porque ali os bolos eram de padaria. Sentiu-se tão turista ali que, impudico, tagarelou, tagarelou, tagarelou. Falou alto, sentiu-se à vontade e sem compromisso em bancar o boneconense, afinal, graças à Deus, não era dali.

Na casa de bonecas a louça estava sempre lavada, mesmo aos feriados e dias santos. Na casa de bonecas não havia internet, cachorro, fliperama, rodízio de pizza e, muito menos, gente de verdade.

Ele não tirou fotos de lá.

11.7.05

Papel do Papai

Reza a lenda que eu matei uma onça virando-a do avesso, do cabo ao rabo. Mas eu não acredito muito em lendas.

Um dia, arremessei um bumerangue a leste. Ele foi foi foi, girou o mundo e, exatamente cinco dias e três horas depois, bateu-me na nuca. Trazia carimbos e bandeiras de vinte e nove nações around the world.

Papai Noel é um velhinho que não existe. Ele rouba o meu dinheiro e ainda faz pose de quem está dando presentes legais e coloridos.

Quando trombei com um extintor de incêndio, compreendi o sentido da vida.

10.7.05

Dor e complicações

Eu devia saber de tudo, que a vida não é para os fracos.

1) Existem pessoas más. Ainda que teimemos em acreditar. E elas estão prontas a agirem, prontas para destruírem sonhos que ainda estão na incubadora. Às vezes reconheço que há uma faceta demoníaca do mundo, e está bem pertinho de quando a arrogância tropeça na prepotência.

2) Chute no saco dói. Principalmente se vem de forma inesperada. Principalmente quando não tem motivo justo ou aparente. Principalmente quando é um saco.

3) Pensamento positivo e orações nem sempre ajudam, infelizmente. Então é remédio pra dor de cabeça e pra boi dormir.

Amém.

9.7.05

Recado rapidinho

Ontem perdi um miniconto no ônibus ou no metrô. Quem encontrar, favor devolver. Ofereço boa recompensa.

8.7.05

São laços

Soluços amarram o ego
Carrego
- Vai, nego!

7.7.05

O inusitado. A parede.
O parente.

Blá-blá-blog

Conduzia o carro de portas fechadas. Aqui fedelho nenhum entra, costumava dizer, nos diários bate-papos com o toca-cds.

O ar era condicionado. Os vidros eram pretos por fora, insufilme que se chama, eu acho. Queria juntar dinheiro pra blindar tudo.

Um dia tropeçou num buraco.

Princípios Principais # 736 (fragmento em ré bemol)

A gente informa contando uma piada e entretém fazendo cócegas

6.7.05

Des-ser ou sub-ir?

(a) Tanto faz.

(b) Ambos.

(c) Des-ser.

(d) Sub-ir.

(e) N. D. A.

5.7.05

Toco de nada

O antônimo de absurdo ainda precisa ser resolvido. Talvez se chame antônio, também.

O antônimo de absurdo não pode ser odrusba, porque óbvio demais. Alto lá: evito, mas avisto que nenhum problema há: antônimo de absurdo deve ser óbvio.

Quando um beijo de bom dia não passa de um beijo de bom dia

As nuvens preteiam o céu, aquele mesmo que costuma azucrinar a presença de todos sob. Um raio não cai duas vezes no mesmo lugar; cai três, quatro, cinco.

4.7.05

Gracejos

Se eu fosse poeta faria um poema mais lindo que o outro, só pra comprar sorrisos, das pessoas. Gastaria um dia e uma noite em cada rima, e depois as empoleiraria como poeira em cascas de pão velho. Aí, num sábado de aleluia qualquer, seria muito bom assistir à lua comer a escuridão da noite. E, nós, queijos.

Grilos e gralhas

O bichinho esverdeado mora na gaveta do trabalho. Mistura-se facilmente aos gravetos tocos de lápis e usa as canetas e marca-textos para colorir o tampo da mesa. Não se reproduz; fagocita seus semelhantes. Não se corrompe; compra diariamente, com sua labuta, o leite para seus filhos destroçados.

Amanhã é terça-feira e os anjos todos dirão amém.

Nada

Vamos criar uma ode ao vazio.
Depois, procurar espelhos pelo chão.
Depois ainda, cuspir neles.

1.7.05

Edison: aprenda a esperar, aprenda!